MARK PARREN TAYLOR
De todos os restaurantes da ria, A Peixaria é um dos melhores. Um estabelecimento modesto localizado na aldeia de São Jacinto, a sua especialidade é peixe e marisco capturados localmente: chocos da ria, percebes, lingueirão, pregados e douradas, todos cozinhados no grelhador do pátio pelo chefe e proprietário Rui Teixeira.
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Hoje em dia, produzir flor de sal é uma actividade artesanal, que emprega pessoas como João Silva, que se dedica ao sal nos meses de Verão e procura outros trabalhos durante o resto do ano.
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A salicórnia que cresce junto às passagens terrestres que separam os rectângulos das salinas é um bónus.
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A aldeia da Costa Nova, no braço sul da ria de Aveiro, foi o lar dos pescadores durante gerações. As suas distintivas casas tornaram-se habitações de família e alojamentos turísticos altamente desejáveis. Construídas de frente para a ria, estão pintadas de cores garridas e padrões que, ao contrário do que algumas histórias sugerem, não serviam para ajudar os barcos de pesca de regresso a casa a encontrarem a costa. Mais provavelmente, era uma forma de as famílias usarem os rastos de tinta à prova de intempéries com que pintavam as suas embarcações.
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Os moliceiros tradicionais foram outrora utilizados para transportar sal e algas. Actualmente, transportam turistas pelos canais de Aveiro. A ria para o qual foram desenhados tem uma grande abundância de douradas, lampreias e, sobretudo, enguias.
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Os chefes locais costumam preparar as enguias dando um laço com a cauda à volta da cabeça. No elegante mercado de peixe da cidade, uma peixeira usa este método. É um trabalho complicado e encher as mãos de areia ajudam-na a segurar melhor o peixe escorregadio.
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Do outro lado do banco de areia, pontões rochosos estendem-se Atlântico dentro, servindo de pouso para os autóctones se dedicarem à pesca com anzol.
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Aqueles que não tiverem sorte na pescaria podem ir até ao Bela Ria, na aldeia vizinha de Gafanha de Aquém. O restaurante serve receitas clássicas como bacalhau com batata e cebola, um prato chamado bacalhau à confraria, que foi reconhecido como “excelente” pela Confraria Gastronómica do Bacalhau, uma “irmandade” de devotos do bacalhau sediada em Ílhavo, alguns quilómetros a sul.
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O restaurante premiado Salpoente, instalado num antigo armazém de sal, serve pratos confeccionados unicamente com ingredientes locais, como massada de peixe e camarão.
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O sal e o bacalhau contribuíram para a excepcional riqueza de Aveiro no início do século XX. Famílias brasileiras abastadas chegaram na década de 1920 e muitas construíram casas e escritórios requintados ao estilo Art Deco e Art Nouveau. O Museu de Arte Nova ocupa um edifício gloriosamente decorado com vista para o canal central.
Publicado no Número 20 (Verão de 2023) da Food by National Geographic Traveller (UK).