Fotogaleria: 14 cidades-fantasma, 14 histórias

A paisagem desoladora caracteriza estes lugares desertos, onde o tempo parece ter parado, mas a presença humana permanece.

Actualizado a 16 de Novembro de 2023, 21:36

Uma bola de ervas do deserto cruza o horizonte diante dos nossos olhos. As ruas da cidade estão completamente vazias e os edifícios abandonados. O eco de um ruído distante ecoa nas montanhas e a nossa presença é o único sinal de vida de que nos apercebemos. Perante um cenário destes, podemos afirmar que estamos numa autêntica cidade-fantasma.

Vítimas da história ou da natureza, as cidades abandonadas são uma janela para o passado dos seus habitantes. Caminhar entre as suas ruas desabitadas permite dar asas à imaginação e fazer parte, por breves instantes, da realidade de cidades que estiveram, outrora, cheias de vida. Partilhamos consigo 14 exemplos.

ciudad fantasma bhangarh — AGE FOTOSTOCK

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BHANGARH, ÍNDIA

Construída em finais do século XVI, a cidade-fantasma de Bhangarh esteve abandonada durante 400 anos. Reza a lenda que, durante o reinado do marajá Bahgwant Das, esta cidade situada no Rajastão cresceu e foi embelezada com sumptuosos edifícios reais, algo que o monarca prometera não fazer devido à maldição de um guru. Pensa-se que o malefício se tornou realidade quando um desastre natural assolou a cidade, mas a única certeza é que foi conquistada em 1720, tendo-se então iniciado o seu declínio até ficar completamente abandonada.

ciudad fantasma pripyat — AGE FOTOSTOCK

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PRIPYAT, UCRÂNIA

Em Pripyat, uma localidade criada para alojar os trabalhadores da central nuclear de Chernobil, o tempo parou no dia 26 de Abril de 1986. Tudo o que resta na cidade parece ter sido abandonado de um instante para o outro, sem ninguém ter olhado para trás. 24 horas após a explosão do reactor da central, a cidade foi evacuada, tendo permanecido intacta desde então. Visitá-la é como fazer uma viagem no tempo, até um passado em que ainda é possível contemplar símbolos comunistas e uma série de objectos pessoais dos seus antigos habitantes.

bodie eeuu e0b899cc — SHUTTERSTOCK

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BODIE, ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Os telhados de madeira das casas de Bodie permanecem intactos e solitários desde a década de 1960. Esta cidade-fantasma é fruto da febre do ouro do século XIX, quando se descobriram vários veios deste metal precioso que enriqueceram os seus habitantes: chegaram a extrair-se 400.000 dólares por mês. A população aumentou de 20 habitantes para 10.000 em apenas 20 anos e chegaram a abrir 65 saloons! A Grande Depressão do século XX e a Segunda Guerra Mundial puseram fim à bonança económica de Bodie, que seria progressivamente abandonada.

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BELCHITE, ESPANHA

As ruínas de Belchite relatam-nos uma das batalhas mais duras e simbólicas da guerra civil espanhola. Conquistada pela facção franquista em 1937, Belchite foi atacada pelas tropas republicanas para desviar a atenção da frente norte do país. O resultado é tudo o que ainda se conserva em pé: uma aldeia reduzida a ruínas. Devido ao seu passado conturbado, transformou-se num local de peregrinação para investigadores do paranormal, que dizem ter ali encontrado presença de actividade sobrenatural.

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ORADOUR-SUR-GLANE, FRANÇA

Após o desembarque da Normandia, em Junho de 1944, e com o fim da Segunda Guerra Mundial à vista, uma divisão blindada das Waffen-SS deteve-se em Orador-sur-Glane na sua viagem de regresso à Alemanha. Tinham ordens para retaliar contra os civis e assim o fizeram. O massacre de Oradour-sur-Glane eliminou toda a população, incluindo as crianças, e a aldeia foi, em seguida, reduzida a cinzas. Actualmente, as suas ruínas são uma recordação sinistra da pior face de uma das grandes guerras do século XX.

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HERCULANO, ITÁLIA

A catástrofe natural causada pela erupção do Vesúvio há quase 2.000 anos é responsável tanto pelo desaparecimento da vida em Herculano, como pela surpreendente conservação das suas ruínas. Naquela manhã de Agosto – segundo se crê – do ano 79 d.C., os habitantes desta cidade romana situada nos arredores de Nápoles foram calcinados pela chuva de cinzas e rochas ardentes que caiu sobre a cidade. Vinte séculos mais tarde, visitar Herculano permite-nos imaginar, na perfeição, como era a vida nas suas ruas.

ciudad fantasma kolmanskop — AGE FOTOSTOCK

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KOLMANSKOP, NAMÍBIA

O vasto deserto do Namibe – que se estende ao longo de toda a costa do país – é agora o principal habitante de Kolmanskop. Desde que esta aldeia mineira alemã foi abandonada no início do século XX, a invasiva areia do deserto apoderou-se da maioria dos seus edifícios. As primeiras construções foram erigidas em 1908 e, desde então, os seus arredores começaram a ser explorados, proporcionando imensos diamantes aos colonos. No entanto, a quantidade de diamantes foi diminuindo após a Primeira Guerra Mundial e a aldeia acabou por ser abandonada.

ciudad fantasma craco af91d260 — AGE FOTOSTOCK

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CRACO, ITÁLIA

Esta povoação abandonada foi uma aldeia próspera na Idade Média, tendo chegado a albergar cerca de 2.500 habitantes, uma universidade, quatro palácios nobres e uma torre, cujo perfil continua a ser um dos seus cartões de visita. A sua localização privilegiada no alto de um promontório no vale de Cavone, juntamente com a aura de mistério que a caracteriza desde o seu abandono, em 1922, transformou Craco em cenário para alguns filmes, como 007: Quantum of Solace ou A Paixão de Cristo.

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HUMBERSTONE E SANTA LAURA, CHILE

Com este aspecto, bem poderia ser uma cidade do Oeste Americano, mas as ruínas da cidade mineira de Humberstone emergem entre as planícies do majestoso deserto chileno do Atacama. Cento e cinquenta anos após a época dourada proporcionada pela extracção de salitre, as visitas a esta localidade completamente abandonada em 1960 podem agora também realizadas durante a noite. Uma experiência ainda mais arrepiante.

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KAYAKÖY, TURQUIA

A antiga aldeia de Livissi, construída por volta do século XVIII, foi vítima da violenta guerra entre turcos e gregos travada no início do século XX. Quando a Primeira Guerra Mundial eclodiu, as comunidades gregas instaladas na costa ocidental da Turquia encontraram-se, subitamente, em território inimigo e tiveram de escolher entre fugir ou enfrentar um destino incerto. Quando este conflito terminou – tendo-se prolongado até 1922 – Kayaköy ficara deserta, conservando a aparência que ainda hoje tem.

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PYRAMIDEN, NORUEGA

Como não poderia deixar de ser, a cidade-fantasma do Árctico está isolada pelas altas vertentes de um fiorde, o norueguês Isfjorden. Embora tenha sido uma povoação sueca no passado, a antiga União Soviética começou a explorá-la como mina de carvão na década de 1930. Depois da Segunda Guerra Mundial, transformou-se numa cidade soviética modelo: era próspera e proporcionava um bom nível de vida. As suas ruas esvaziaram-se após a queda da URSS e agora a visão do interior dos seus edifícios, em cujas divisões ainda se encontram a maioria dos móveis, constitui um testemunho silencioso da decadência de um mundo idealizado.

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ST. ELMO, ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Uma das cidades-fantasmas mais bem conservadas nos Estados Unidos da América é Saint Elmo, situada no estado do Colorado. Mais uma, vez foi o sector mineiro do ouro e da prata que colocou esta localidade no mapa. A sua população aumentou exponencialmente desde a sua fundação em 1880 e foram construídos hotéis, escolas e lojas – até havia um jornal local. No entanto, quando os comboios deixaram de chegar a Saint Elmo, devido à decadência das minas, os habitantes abandonaram a povoação, deixando-a deserta em 1952.

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CHACO CANYON, ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Este grande vale no Norte do Novo México foi o local onde os índios da cultura anasazi se instalaram e prosperaram entre 900 d.C. e 1150 d.C. A zona de Pueblo Bonito foi, provavelmente, um dos centros mais importantes, onde se desenvolveram actividades comerciais, cerimoniais e sociais. As estruturas circulares, chamadas kivas, tinham uma função cerimonial – foram construídas com barro, tijolos, arenito e madeira e ainda hoje se conservam em pé.

ciudad fantasma corbera de erbo — AGE FOTOSTOCK

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CORBERA DE EBRO, ESPANHA

Os pilares e arcos da igreja velha de Sant Pere sustentam, orgulhosos, as ruínas daquele que foi, em tempos, o solene edifício gótico da aldeia de Corbera de Ebro, na Catalunha. A batalha do Ebro, uma das mais sangrentas da guerra civil espanhola, passou por cima desta localidade tarraconense e deixou-a como se vê: algumas paredes em pé que recordam o passado tranquilo das famílias camponesas que, outrora, a encheram de vida.

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