Rapidamente, a NASA criou uma comissão para investigar o acidente. Um dos membros era Richard Feynman, um dos grandes cientistas do século XX já galardoado com o Prémio Nobel da Física.
Natural de Nova Iorque, desde a adolescência que Feynman tinha um espírito de curiosidade bastante aguçado, o que o levava, horas a fio, a reparar os rádios avariados dos seus vizinhos, tentando descortinar onde estava o problema. Desde essa altura que Feynman conseguia permanecer concentrado na solução de um problema durante uma infinidade de tempo, apesar de nunca se ter socorrido de apontamentos.

Singrou na sua carreira académica com naturalidade e, pouco antes de ter terminado a sua tese de doutoramento, uma equipa do Projecto Manhattan procurou-o para que resolvesse um problema incontornável. Feynman resolveu-o de tal forma que impressionou os responsáveis do Projecto. Contudo, também reconheceram que os seus métodos eram pouco ortodoxos: “Tinha a postura expressiva de um bailarino, o discurso rápido que pensávamos que existia na Broadway, as frases feitas de um vigarista e a verborreia de um descarado” .
Mas foi a integração na comissão da NASA que investigou o acidente do Challenger que, realmente, fez dele uma celebridade, apesar de nessa altura já padecer de uma doença. Mesmo assim, Feynman actuou como sempre o fizera na ciência - nunca aceitou nada que não tivesse estudado pessoalmente. Morreu dois anos depois, mas o seu legado ficou para sempre.
Este mês, a National Geographic debruça-se sobre o legado de Richard Feynman, um dos grandes físicos do século XX, numa edição especial imperdível.