Quatro medusas (e uma caravela-portuguesa) que vai querer longe de si

Apenas uma ínfima parte das medusas são suficientemente nocivas para ceifar a vida de um ser humano. No entanto, algumas possuem um veneno tão potente que pode causar a morte.

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Alistamos quatro medusas (águas-vivas) e uma caravela que vai querer longe de si.

cubomedusas

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Cubomedusas

As cubomedusas são dos animais venenosos mais temidos dos oceanos. O grupo compreende apenas uma vintena de espécies, algumas das quais com um poder urticante extremamente forte. O seu veneno é especialmente nocivo, pois é uma mistura de componentes que danificam os glóbulos vermelhos e substâncias que atacam a musculatura cardíaca. No melhor dos casos, pode causar lesões graves e edema, no pior uma paragem cardíaca que leva à morte. A espécie mais conhecida é a vespa-do-mar (Chironex fleckeri), que é, sem dúvida, o cnidário mais perigoso do planeta. Diz-se que a sua picada faz lembrar um salpico de óleo a ferver devido à dor e prurido que causa. Pode paralisar o coração da vítima em poucos minutos.

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Caravela portuguesa

A simples referência à caravela portuguesa causa horror entre os banhistas e não é para menos, pois cada tentáculo deste cnidário tem veneno suficiente para paralisar um cardume de peixes. Na superfície da água, só se vê uma bonita bolha gelatinosa de cor azulada, mas isso é apenas a ponta do iceberg. Se vir alguma, o melhor é manter-se o mais longe possível, pois o verdadeiro perigo encontra-se debaixo de água: um arsenal de tentáculos coleantes que podem alcançar 20 metros de comprimento e são particularmente urticantes. O seu veneno é uma combinação de diferentes proteínas, entre as quais a physaliatoxina, que ataca directamente o músculo cardíaco, causando arritmias e outros transtornos. Além disso, provoca dores fortes e necrose cutânea, desencadeando dor instantânea – e as intoxicações graves causam bolhas que podem levar à necrose dos tecidos. A caravela portuguesa nem sequer é uma água-viva. Na verdade, é um hidrozoário sifonóforo: um organismo colonial formado por um conjunto de hidróides divididos em diferentes partes.

medusas irukandji

CREATIVE COMMONS/ LISA ANN GERSHWIN (CSRIO)

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Medusas irukandji

Nas águas cristalinas das agradáveis praias tropicais e subtropicais do Hawai, Tailândia ou Caraíbas existe um perigo invisível: as medusas irukandji, um nome de origem aborígene que se aplica a mais de uma dezena de espécies da ordem Carybdeida. Todas causam picadas potencialmente mortais. Ao início, pode não parecer nada de especial, mas após entre 5 e 40 minutos inicia-se um carrossel de sintomas conhecidos como ‘síndrome de irukandji’. Dores internas nos lombares, dificuldades respiratórias, transpiração abundante, cãibras, dores musculares e até tosse. Em alguns casos, pode provocar edema pulmonar, insuficiência cardíaca e AVC. A espécie mais conhecida é a Carukia barnesi (na imagem), com quatro tentáculos extremamente finos.
 

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SHUTTERSTOCK

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Água-viva bala de canhão

Tal como o seu nome indica, a bala de canhão faz lembrar este tipo de munição. A sua área de distribuição abrange parte do Pacífico Noroeste, o Pacífico centro-oriental e o Atlântico centro-ocidental. Os braços orais (que servem para alimentar-se) desta espécie possuem substâncias que podem causar dor e vermelhidão na zona afectada. O veneno segregado pelos nematocistos pode causar complicações cardíacas que, no pior dos casos, podem provocar a morte.

Água-viva juba de leão

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Água-viva juba de leão

As águas-vivas juba de leão (género Cyanea) incluem-se entre as maiores alguma vez documentadas. Normalmente, cruzam as águas dos oceanos Atlântico e Pacífico, embora muitas cheguem ao Árctico. Podem medir quase 3 metros de cumprimento e 1,5 de diâmetro e as suas centenas de tentáculos podem alcançar 30 metros de comprimento. Apesar das suas dimensões e do seu nome, a maioria das espécies são inofensivas, mas existe uma, a Cyanea capilata, que pode ser mortal. A sua picada provoca a mesma síndrome de irukandji que as suas parentes da ordem Carybdeida. Não é por acaso que foi a assassina do caso de Sherlock Holmes: A aventura da juba de leão.