A camuflagem, igualmente conhecida como coloração críptica, é comum entre os animais, que a utilizam para se confundirem com o seu ambiente. Esta táctica discreta torna-os praticamente invisíveis a potenciais agressores.

Tácticas de camuflagem

Existem diferentes tipos de camuflagem e alguns animais usam mais do que um. Uma das tácticas mais comuns é confundirem-se com o plano de fundo. Poderá ser algo tão simples como a pelagem branca de uma raposa, a condizer com a cor da tundra árctica, ou tão complexo como um bicho-pau a imitar os movimentos de uma folha.

Outra táctica é a coloração disruptiva, na qual os animais disfarçam a sua identificação e localização através de padrões de cor. Por exemplo, uma borboleta-coruja tem desenhos que parecem os olhos de uma coruja nas asas, fazendo os predadores pensar que estão a olhar para a cara de uma coruja em vez de para as costas de uma borboleta.

Em vez de ocultarem as suas identidades, alguns organismos, como a borboleta-monarca, usam colorações de aviso, um sistema igualmente conhecido como aposematismo, para avisarem os predadores que são tóxicas.

Camaleão camuflado
PETER R. HOULIHAN, NAT GEO IMAGE COLLECTION

Um camaleão perfeitamente camuflado sobe pela casca de uma árvore em Madagáscar.

O mimetismo é outra táctica útil. Por exemplo, a cobra-real escarlate (Lampropeltis elapsoides), não-peçonhenta, imita os padrões de cor da mortífera cobra-coral para evitar o perigo.

A contra-iluminação é uma táctica utilizada por animais com a parte de cima do corpo escura e a parte de baixo clara. Quando um tubarão, por exemplo, é visto de cima, confunde-se com o oceano mais escuro abaixo dele, tornando-se invisível para nadadores e pescadores. Os peixes de que se alimenta poderão também não reparar nele quando o virem a partir de baixo. O lado mais claro do corpo do tubarão confunde-se com a água da superfície.

aranha-caranguejo
DE TOM MURPHY, NAT GEO IMAGE COLLECTION

Uma aranha-caranguejo espera que uma presa caia na sua emboscada no Parque Nacional de Yellowstone. Estas aranhas podem mudar de pele para se confundirem melhor com o seu entorno.

A camuflagem olfactiva envolve o cheiro em vez da cor. Os animais podem mascarar o seu próprio cheiro ou disfarçarem-se com o odor de outra espécie para evitar predadores. Por exemplo, o esquilo-terrestre da Califórnia mastiga pele de cascavel, formando uma pasta que aplica na sua cauda para desencorajar e confundir as cascavéis.

cavalo-marinho-pigmeu
GREG LECOEUR, NAT GEO IMAGE COLLECTION

Um cavalo-marinho-pigmeu é quase imperceptível visto contra os ramos de uma gorgónia na Indonésia.

O que determina uma táctica de camuflagem?

A táctica de camuflagem de um animal depende de alguns factores. Por exemplo, os animais com pêlo usam técnicas camuflagem diferentes dos animais com penas e escamas, pois o pêlo demora semanas ou meses a crescer e mudar de cor, enquanto as penas e as escamas podem ser substituídas e mudar de cor rapidamente.

caracol marinho
DARLYNE A. MURAWSKI, NAT GEO IMAGE COLLECTION

Um caracol marinho da espécie Phenacovolva rosea camuflado para se confundir com o seu coral hospedeiro, nas águas ao largo da costa do Bornéu, Indonésia.

As criaturas que vivem em grupo têm tácticas diferentes das solitárias. Por exemplo, as riscas pretas e brancas de uma manada de zebras podem criar uma camuflagem capaz de confundir os predadores.

Por fim, o comportamento de um predador, ou as suas características físicas, podem determinar o método de camuflagem. Se o predador for daltónico, por exemplo, a presa não terá de se confundir com o seu entorno.

rara mariposa Cocytius antaeus
PETER R. HOULIHAN, NAT GEO IMAGE COLLECTION

Uma rara mariposa da espécie Cocytius antaeus descansa, camuflada, num cipreste-dos-pântanos ao pôr-do-sol em Immokalee, no Santuário de Corkscrew Swamp, na Florida.

Como se desenvolveu a camuflagem?

Existem duas formas de camuflagem: através de pigmentos ou de estruturas físicas.

Alguns animais, como os polvos, possuem biocromos, pigmentos microscópicos que absorvem e reflectem a luz para mudar a cor do animal. Outros, como os ursos polares, têm estruturas físicas nos seus pêlos que funcionam como prismas, dispersando luz de todas as cores, que nós percepcionamos como branco.

rã-de-vidro Hyalinobatrachium valerioi
JAIME CULEBRAS, NAT GEO IMAGE COLLECTION

Um macho da rã-de-vidro Hyalinobatrachium valerioi pendurado de cabeça para baixo numa folha junto aos seus ovos na Costa Rica.

Artigo publicado originalmente em inglês em nationalgeographic.com.