O panda-gigante (Ailuropoda melanoleuca), o animal nacional da China, é um símbolo global de beleza, que se desloca com dificuldade pelas impenetráveis e íngremes florestas temperadas das províncias chinesas de Gansu, Shaanxi e Sichuan.

1. Os pandas já existem há oito milhões de anos.

2. 80% dos pandas-gigantes selvagens vivem em Sichuan. Esta província de 80 milhões de pessoas é uma das mais densamente povoadas do país. Na sua capital, Chengdu, localiza-se a Base de Investigação de Reprodução do Panda-Gigante, um centro de referência a partir do qual se coordena à escala internacional a criação em cativeiro desta espécie emblemática.

3. Embora sejam ursos, os pandas não hibernam.

4. A dieta do panda baseia-se 99% em bambu, uma singularidade alimentar que restringe muito a sua capacidade de distribuição. Embora pertença à ordem dos carnívoros e tenha um sistema digestivo típico destes animais, a evolução levou este ursídeo por caminhos vegetarianos. Graças à rica fauna microbiana existente nos seus intestinos, o panda-gigante é um animal especializado em processar a celulose desta gramínea.

5. O panda precisa de investir cerca de dez horas diárias para ingerir 9 a 18 quilogramas de talos de bambu, dos quais só aproveita 30 por cento e devido a esta dieta rica em celulose, um panda pode defecar quarenta vezes por dia.

6. As fêmeas, que pesam cerca de cem quilogramas, face aos 135 que um macho pode atingir, geram crias minúsculas, de peso por vezes inferior a 150 gramas. Suportar uma gravidez mais longa para conseguir crias mais desenvolvidas seria um gasto energético excessivo para uma fêmea de panda.

7. Raramente uma fêmea em cativeiro engravida de forma natural. Aparentemente, os pandas que vivem nos jardins zoológicos perdem o desejo sexual e só 10% das fêmeas em cativeiro conseguem engravidar através da cópula. Além disso, é frequente o período de cio anual da fêmea não coincidir com o dos machos, que além da fraca disposição sexual, têm um pénis muito pequeno. Ainda que se tenha conseguido melhorar a cópula graças ao uso de Viagra e à projecção de filmes eróticos protagonizados por pandas cujos sons parecem estimular o macho (não é uma piada!), é mais habitual que as fêmeas sejam inseminadas artificialmente, uma técnica mais cara, mas também mais segura.

8. Quando nascem, as crias de panda gigante são cegas e pesam entre 85 e 142 gramas. Cuidar de um bebé tão pequeno e indefeso, requer muito esforço e atenção, e é por isso que as mães panda embalam as suas crias quase constantemente.

9. Embora os pandas-gigantes sejam actualmente um negócio milionário para a China, durante muitos anos os líderes políticos do gigante asiático ofereceram-nos a vários chefes de Estado para melhorar as suas relações internacionais. No século VII da era cristã a imperatriz chinesa Wu Zetian ofereceu um casal de pandas aos soberanos do Japão. Em 1972, Richard Nixon, presidente dos EUA, realizou uma visita ao país asiático depois de 25 anos de isolamento. Mao Tsé-Tung ofereceu-lhe dois espécimes e os dois países restabeleceram relações diplomáticas em 1979. O encanto do panda também suavizou as relações entre a China e o Reino Unido em 1974, quando o primeiro-ministro britânico Edward Heath, interessado em melhorar e fortalecer os vínculos entre ambos os países, visitou Pequim. O famoso líder comunista ofereceu-lhe também um casal de pandas, que viria a ser destinado ao Jardim Zoológico de Londres. O mesmo aconteceu com os reis de Espanha após a sua primeira visita oficial à China, em 1978, já com Deng Xiaoping no poder. Em 1984, contudo, o governo chinês mudou radicalmente de atitude quanto a estas doações.

10. Em 2020, a China declarou que os pandas já não são uma espécie ameaçada – mas persistem algumas ameaças.

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