O calor torna-nos mais lentos, mais desajeitados e, consequentemente, menos eficazes. São estas as conclusões de um estudo da Universidade de Harvard publicado na revista PLOS Medicine, que realizou uma análise comparativa para descobrir como as temperaturas afectam o rendimento escolar.

Perante um Verão quente, impõe-se a necessidade de recorrer a um dos dois sistemas mais utilizados para refrescar a casa – o ventilador ou o ar condicionado. No entanto, há que ter em conta que não são comparáveis a nível económico e que a sua eficácia pode variar em função de diversos factores.

VENTILADOR VS. AR CONDICIONADO

Para quem ainda não possui nenhum sistema, adquirir um ventilador é muito mais rápido do que comprar um equipamento de ar condicionado. Costuma existir mais oferta e não é necessário contratar um especialista para instalá-lo. No entanto, nada substitui a frescura proporcionada pela climatização.

Os ventiladores fazem circular o ar, mas não o arrefecem. É por isso que deixam de ser eficazes quando o termómetro ultrapassa os 30 graus – algo que pode vir a acontecer. Além disso, é preciso estar perto deles para sentir o seu efeito, razão pela qual só servem para espaços pequenos, como quartos.

Por outro lado, os sistemas de climatização têm muito mais alcance e oferecem maior conforto, mas podem exercer efeitos negativos na saúde e no meio ambiente.

Se não for utilizado adequadamente, o ar condicionado pode irritar as vias respiratórias, provocando tosse, secura das mucosas e congestão nasal. Em pessoas com patologias respiratórias, como rinite crónica ou asma, pode desencadear uma crise da doença.

O meio ambiente também sofre com o uso de climatizadores. Um estudo liderado por Francisco Salamanca, investigador do Centro de Investigaciones Energéticas, Medioambientales y Tecnológicas (Ciemat), e publicado na revista El Ecologista revelou que o ar condicionado contribui para o aquecimento das cidades. Mais concretamente, foi observado que a temperatura do ar no Verão em Madrid pode subir até 1,5-2ºC devido aos equipamentos de ar condicionado.

Os especialistas consideram que, apesar dos resultados obtidos na investigação, é possível encontrar um meio termo: nem renunciar à frescura, nem abusar dela. Isto aplica-se especialmente às cidades com temperaturas extremas e sem orla costeira.

AR ACONDICIONADO, mas com RESPONSABILIDADe

Se a sua opção preferida for o ar condicionado, existem várias recomendações a seguir para que os seus efeitos não influenciem negativamente a sua saúde e o meio ambiente.

• Escolher equipamentos com uma classificação energética A++ e A+++.
• Tentar que a temperatura não esteja mais do que 4-6ºC abaixo da temperatura exterior.
• Evitar deixá-lo ligado durante a noite e, se isso acontecer, mantê-lo a uma temperatura igual ou superiora 25ºC.
• Manter o nível de humidade entre 40% e 60%, utilizando um humidificador.
• Limpar os filtros para evitar a acumulação de pólen, poeira e outras partículas que possam provocar problemas respiratórios ou alergias.

Sim Ao VENTILADOR, mas com TRuques

Do ponto de vista ambiental, recomenda-se o uso do ventilador. Embora também gaste energia por estar ligado à electricidade, não emite calor para o exterior. Se optar por este sistema para refrescar a sua casa, há alguns truques para resolver o handicap do ar frio: só precisa de uma toalha molhada ou cubos de gelo e sal.

No primeiro caso, deve molhar uma toalha, congelá-la durante algum tempo e depois pô-la em frente ao ventilador, apontando para a zona que pretende refrescar. No segundo, coloca-se um recipiente com gelo e sal grosso à frente do ventilador e, à medida que se o gelo se derrete devido ao efeito do sal, o ventilador espalhará as partículas de água pela divisão.

Ambas as opções são úteis se quiser refrescar o ambiente durante pouco tempo. No entanto, se planear passar o dia em casa terá de renovar a toalha e o gelo algumas vezes.