Uma em cada onze espécies de fauna e flora marinhas avaliadas pela União Mundial para a Conservação da Natureza está em perigo de extinção. Isso inclui dugongos, abalones, corais, cabozes, cantarilhos, atuns e baleias. No entanto, poucas criaturas sofrem tanto como os tubarões e as raias.
Apesar de terem sobrevivido a quatro extinções em massa ao longo de 420 milhões de anos, actualmente, entre os animais vertebrados, só os anfíbios estão a desaparecer mais depressa. Cerca de 37% das espécies de tubarões e raias enfrentam risco de extinção, segundo um estudo conduzido por Nicholas Dulvy, um respeitado especialista da Universidade Simon Fraser, na Colúmbia Britânica.
Nas águas indonésias, a organização ReShark pretende reintroduzir espécies ameaçadas de tubarão e raia nos seus domínios históricos, o que pode ser uma bênção para os ecossistemas marinhos. O seu primeiro projecto é devolver a vida selvagem às águas.
Havia razões para conjecturar que a iniciativa talvez resultasse no arquipélago de Raja Ampat. Os tubarões tinham sido dizimados no local, após anos de excesso de capturas. No final da década de 1990, porém, Raja Ampat criou a primeira das futuras nove áreas marinhas protegidas, com cerca de vinte mil quilómetros quadrados.
Em 2012, a pesca de tubarões e raias foi proibida em todo o arquipélago. Aldeãos e funcionários armados começaram a fazer patrulhas em busca de redes de pesca e barcos ilegais. Por essa altura, algumas populações de tubarões já tinham começado a recuperar, mas não os tubarões-zebra.
Artigo integral na edição de Julho de 2023 da revista National Geographic.