Quando o sal tem forma de planta

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De crescimento espontâneo, a salicórnia foi entendida durante muito tempo como uma praga das salinas. Hoje, mais conhecida, pode vir a ter um papel importante na substituição do sal e como planta aromática em vários produtos alimentares.

A salicórnia (Salicornia ramosissima) é uma planta tolerante à água salgada e que faz parte da flora nativa portuguesa. 

Cresce nos sapais dos estuários e salinas, possuindo vasta distribuição na ria de Aveiro. Como tem a vantagem de substituir o sal, é vulgarmente conhecida por sal verde, mas chegou a ser considerada uma praga. No decurso de um projecto na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Marisa Ribeirinho conseguiu pela primeira vez, na sequência de um processo complexo, estabelecer em cultura in vitro a Salicornia ramosissima, utilizando para o efeito amostras de plantas e sementes existentes nas salinas de Aveiro. A Universidade de Aveiro também esteve envolvida.

Como tem a vantagem de substituir o sal, é vulgarmente conhecida por sal verde, mas chegou a ser considerada uma praga.

“As propriedades desta planta antioxidante, antitumoral e diurética são imensas. Achei interessante trabalhá-la no contexto medicinal e alimentar”, diz. Como resultado desta investigação, “vai-se pela primeira vez conseguir produzir em grande escala esta planta”, acrescenta. 


Em Portugal, a salicórnia ainda é muito desconhecida, mas noutros países da Europa é apreciada e considerada um produto gourmet. Na Primavera deste ano, foi anunciado que um projecto da Escola Agrária de Coimbra tenciona produzir uma variedade de manteiga sem sal e apenas com salicórnia, mais saudável para os hipertensos. 

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