Os pescadores de lulas durante o dia e os “caçadores” de serpentes à noite são responsáveis pela captura anual de mais de 80 toneladas de serpentes-marinhas venenosas no golfo da Tailândia.

A cada ciclo lunar, antes de a Lua ficar demasiado brilhante, os pescadores recolhem as suas capturas mortais no oceano. Esta prática é responsável por uma das maiores capturas de répteis de todo o globo.

Trata-se de um negócio lucrativo, avaliado em cerca de 1,8 milhões de euros por ano. A maior parte das serpentes é vendida para a China e para o Vietname, explica o toxicólogo Zoltan Takacs, explorador emergente da National Geographic Society. Zoltan tem investigado possíveis medicamentos derivados de veneno e peçonha animal. A carne de serpente é utilizada em sopas e bebidas alcoólicas e outras partes do corpo encontram-se em poções medicinais aplicadas para dores nas articulações, anorexia e insónia.

Embora tenha sido identificada uma grande variedade de espécies no golfo, deverão existir muitas outras desconhecidas, diz John Murphy, especialista em répteis e anfíbios do Museu Field de Chicago. A captura descontrolada de serpentes “pode causar a extinção de uma ou mais espécies antes mesmo de sabermos que elas existem.”