“Em Janeiro, busca parceiro”, diz o adágio alentejano sobre perdizes. No entanto, em Maio, com parceira estabelecida e sem aparente vantagem, os machos das perdizes continuam a exibir-se, com vocalizações frequentes e danças em pontos expostos do seu habitat, arriscando a sua detecção por predadores, num comportamento que desafia a lógica.
“É um jogo de moeda ao ar pela perpetuação da sua linha genética”, sugere Rui Borralho, coordenador do portal Naturlink, que no seu doutoramento estudou a demografia e ecologia espacial da espécie em Portugal.
No caso de a primeira ninhada ser predada, “esta exibição regular aumenta as chances de manutenção do território e da sua fêmea, maximizando a probabilidade de que as novas crias sejam ainda suas descendentes”, acrescenta Rui Borralho.