“A Nova Arca de Noé”, a exposição do fotógrafo e conservacionista Joel Sartore, pode ser apreciada pelo público português até 29 de Abril de 2018 na Galeria da Biodiversidade do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto. Em Março deste ano, a PhotoArk ultrapassou a barreira das sete mil espécies documentadas.
Vários colaboradores da National Geographic têm formação em ciências da natureza. O Joel começou a sua carreira como jornalista. Essa experiência ajuda-o a construir narrativas para contar histórias mais convincentes?
Quando comecei a fotografar animais, percebi que muitos, na verdade, não tinham voz própria em termos de conservação e essa ainda é a principal motivação deste projecto. A PhotoArk concede aos animais a oportunidade de serem vistos e terem a sua história contada, enquanto ainda há tempo para os salvar.
O conceito da arca fotográfica transmite a noção de protecção urgente e, ao mesmo tempo, o reconhecimento de que muita biodiversidade será perdida. Esses são os dois pilares do projecto?
Essencialmente sim, a PhotoArk da National Geographic pretende documentar todas as espécies nos jardins zoológicos, aquários e santuários da vida selvagem do mundo, inspirando as comunidades a agir através da educação e ajudando a salvar a vida selvagem através do apoio aos esforços de conservação no terreno.
Durante mais de uma década, publicou reportagens produzidas em ambiente selvagem. Agora trabalha em ambientes controlados. Que contexto tem mais potencial para atrair a atenção dos leitores?
Penso que as fotos de estúdio captadas no âmbito da PhotoArk marcam mais os leitores. A iluminação íntima e os fundos em preto ou branco nivelam o campo para todas as espécies apresentadas. Um rato é tão grande e importante quanto um elefante. Os fundos limpos também eliminam as distracções, permitindo que os leitores mergulhem nos olhos desses animais e vejam a sua verdadeira beleza, inteligência e dignidade. Se possível, queremos que o público se ligue directamente a um nível emocional a cada espécie e desenvolva acções que visem proteger esses animais antes que seja tarde de mais.