Obviamente, o rigor científico é importante. Mas será mesmo essencial que a página de Internet de um jardim zoológico publique uma frase que deita por terra um dos mais queridos contos de Natal: "A rena Rudolfo" deve ser uma fêmea. Explicamos melhor. A espécie Rangifer tarandus inclui as renas da América do Norte e as da Eurásia. O biólogo Peter Flood explica que as renas são a única espécie de cervídeo na qual crescem armações de chifres em ambos os géneros. Só a queda anual dos chifres separa os machos das fêmeas.
Na Primavera, começam a nascer as hastes e, no Outono, elas estão duras como ossos. Estas armações são adequadamente apelidadas de armas sexuais, pois são usadas para afastar outros machos no cio. Quando as fêmeas estão grávidas, os níveis de testosterona dos machos baixam, desencadeando alterações celulares ósseas que dão origem à queda das hastes, normalmente em Novembro ou Dezembro. Os machos jovens, no entanto, mantêm as suas hastes por mais tempo, ao passo que as fêmeas grávidas as mantêm até à Primavera para prevenir ameaças e para guardar os locais de alimentação. Só depois de parirem, normalmente entre Abril e Maio, perdem as armações, embora as fêmeas que não engravidaram as percam algumas semanas antes.
Quanto às renas do Pai Natal: se ainda ostentam chifres no Natal, há esperança de que possam ser machos jovens, mas é provável que sejam fêmeas... e ainda por cima de esperanças!