O equilíbrio é delicado e resulta de uma evolução ao longo de milhões de anos. Hoje, as ameaças crescentes de desflorestação e outras actividades humanas paira à medida que a floresta diminui. O enorme “armazém” mundial de carbono está em risco. 

[Editor: Fernando G.  Baptista Arte: Fernando G. Baptista, Emily M. Eng, Daniela Santamarina, Mariya Khan, Jessica Wang. Mapas: Virginia W. Mason, Debbie Gibbons, Lauren C. Tierney Consultor: Thomas Lovejoy, Fellow da National Geographic. Texto: Jeremy Berlin. Pesquisa: Patricia Healy, Heidi Schultz, Taryn Salinas, Xander Zellner. Produção: Daniela Santamarina, Scott Burkhard. Edição mapa: Gus Platis. Fontes:  Michael Goulding, Wildlife Conservation Society; José Luís Camargo, Instituto Nacional de Pesquisa da Amazónia (INPA)/Instituto Smithsonian de Investigação Tropical; Jochen Schöngart, INPA; Ghillean Prance, Jardins Botânicos Reais, Kew (Flora); Mario Cohn-Haft, INPA (Fauna); Henrique Ortiz, Fundo Amazónico e dos Andes (Fauna); Jeffrey E. Richey, Universidade de Washington (Ciclo da água); Daniel J. Stewart, Faculdade Suny de Ciência Ambiental e Florestal (Pirarucu); Phil Wittman, Canopy Quest (Bromélia); Miriam Marmontel, Instituto Mamirauá (Golfinho); Robert Bonde, USGS (Manatim); Brian P. Harris, Museu de História Natural do Instituto Smithsonian (Borboleta)]

Nascimento de um rio

Quando as placas tectónicas se deslocaram, os Andes ergueram-se, transformando as bacias hidrográficas da América do Sul. O curso para leste do Amazonas foi estabelecido há 10,5 milhões de anos. O rio e os afluentes correm agora através de três tipos de floresta. Em dois deles, a floresta de igapó e a de várzea, os rios podem dividir-se em três tipos: negro, transparente e branco. 

Grande parte da água da Amazónia permanece ali. Ventos de leste transportam o ar húmido do oceano para a floresta e a transpiração das plantas faz circular mais de metade da chuva, devolvendo-a à atmosfera, um ciclo que se repete quatro ou cinco vezes, deslocando-se do Atlântico para os Andes. A diminuição da floresta ameaça interromper este ciclo.

Tipos Principais de Floresta Tropical

Metade das florestas tropicais do mundo estão na Amazónia e mais três quartos desta são floresta tropical. A temperatura oscila entre 20 e 30ºC e a precipitação anual é no mínimo de 200 centímetros. Três grandes tipos de floresta (igapó, de várzea e de terra firme) prosperam nesta região. 

Floresta de igapó

Entrelaçadas com rios de águas negras e transparentes, as florestas de igapó têm muitas plantas angiospérmicas, embora estejam inundadas durante mais de metade do ano. Algumas plantas adaptaram-se desenvolvendo raízes aéreas, acima da linha das águas. Outras mantêm as folhas, prosseguindo com a fotossíntese debaixo de água apesar das condições de baixa luminosidade.

Floresta de várzea

Rios de águas brancas inundam as florestas de várzea até 230 dias por ano. Quando os níveis da água estão altos, acumulam-se sedimentos ricos em nutrientes, criando solo fértil. Muitos rios e lagos destas florestas têm bosques flutuantes nas margens, e é aí que peixes e outros animais encontram alimento e refúgio.

 Floresta de terra firme

As florestas de terra firme situam-se em locais mais altos do que as florestas de igapó e de várzea. Sofrem poucas cheias sazonais, mas fornecem abundantes habitats para os animais terrestres. Crivadas de pequenos riachos, estas florestas densas albergam as árvores mais altas da região.

Estrato florestal

 A temperatura, a luz e a humidade variam consoante a zona do dossel florestal. Esta variação afecta a distribuição de organismos que ali vivem.

Dossel emergente

As árvores mais altas da Amazónia, como a mafumeira ou o castanheiro, podem atingir 60 metros. Embora quente e seca, esta camada superior sustenta várias espécies de aves e insectos e dá sombra aos estratos inferiores.

Dossel florestal

Fervilhando de vida e fornecendo sombra aos estratos inferiores, o dossel florestal cria um tecto composto por ramos espaçados e folhas. Os seres vivos podem deslocar-se nestas auto-estradas de ramos e lianas.

Sub-bosque

Repleto de insectos o sub-bosque alberga várias espécies que recorrem à camuflagem para sobreviver. A vegetação pode ser densa ou dispersa, dependendo do tipo de floresta. Os predadores, incluindo jaguares, caçam entre as ��rvores baixas e a vegetação arbustiva.  

Solo florestal

Embora seja escuro e apenas 2% da luz solar penetre até lá, o solo florestal está coberto de rebentos, fetos e outras plantas. Também é quente e húmido.

 

 

 

 

 

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