[Editores: Debbie Gibbons, Virginia W. Mason. Consultor: Thomas Lovejoy, Fellow da National Geographic. Design: David Whitmore.Texto: Jeremy Berlin. Pesquisa: Heidi Schultz, Shelley Sperry, Xander Zellner. Produção mapa: Scott Burkhard, Lauren C. Tierney. Edição mapa: Gus Platis. Fontes: Rede Amazónica de Informação Sócioambiental Georeferenciada (Fronteiras da Amazónia; Mineração, petróleo e gás; Áreas naturais protegidas; Territórios indígenas; Dados de 2015); Universidade de Maryland (Desflorestação, 2000-2013); NASA (Fogos 2001-2015); USGS; Universidade James Cook; Centro de Investigação Woods Hole.]
Actualmente, há mais áreas protegidas e os esforços para travar a desflorestação são mais articulados. Segundo os especialistas, o segredo para o sucesso a longo prazo será a gestão da Amazónia como um sistema natural integrado. A saúde da região dependerá disso.
Áreas geridas
Existem 713 áreas naturais protegidas e 2.467 territórios indígenas na Amazónia. Cobrem 51% da região, uma extensão maior do que a Índia.
RECURSOS
Minerais
A Amazónia é rica em minerais, incluindo ouro, cobre e minério de ferro. Zonas de concessão mineira, ou blocos, salpicam 21% da região, muitas das quais no interior ou junto de áreas protegidas: poluíram a água com substâncias contaminantes como mercúrio e devastaram a paisagem.
Petróleo e gás
São dois recursos essenciais para o Equador e Peru. Actualmente, 107 blocos produzem petróleo e gás na Amazónia, a maioria dos quais nos Andes.
A possibilidade de criação de 294 novos blocos implicaria mais estradas e mais desflorestação. As novas vias de acesso não-rodoviárias (aéreas ou fluviais, com oleodutos e sem instalação de acampamentos permanentes no interior) são mais ecológicas.
PAISAGEM ALTERADA
Incêndios
Existem poucas provas de que os povos pré-históricos tenham utilizado o fogo para limpar terreno. Actualmente, a maioria dos incêndios da Amazónia tem origem humana. Um estudo da NASA concluiu que quase 3% da floresta tropical foi destruída por incêndios de combustão lenta entre 1999 e 2010.
Desflorestação
A actividade humana eliminou mais de 10% da floresta tropical amazónica desde a década de 1960. Alguns investigadores prevêem que 30% do que resta poderá desaparecer em 15 anos. A maioria das zonas mais gravemente atingidas situa-se na região sudeste da bacia.
A Amazónia em números
13 mil - Segundo os arqueólogos, as comunidades humanas habitam a Amazónia há pelo menos 13 milénios. O sítio com sinais de ocupação mais antiga (mais de 11 mil anos) é um acampamento paleo-índio denominado Caverna da Pedra Pintada, no Nordeste do Brasil.
8+1 - A Amazónia abrange oito países (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) e uma possessão estrangeira, a Guiana Francesa. As questões de soberania dificultam a vigilância e a coordenação.
87% - Cerca de nove décimos da área com explorações de petróleo e gás, actuais e potenciais, situa-se na Amazónia andina. Esta região que inclui territórios de quatro países contém metade da água da Amazónia e é o lar de quase metade dos seus povos indígenas.
264 mil - Estradas alcatroadas ou de terra batida ziguezagueiam pelo território brasileiro da Amazónia num total de 264 mil quilómetros. Três quartos destas estradas são ilegais. Noventa e cinco por cento da área desflorestada não dista mais de seis quilómetros de uma estrada ou um quilómetro de um rio navegável.
25% - A Amazónia é um enorme sumidouro de carbono. O solo e vegetação contêm cerca de um quarto do carbono do mundo armazenado em terra. No entanto, os cientistas defendem que a morte súbita de árvores na última década reduziu a capacidade da região para absorver o carbono do planeta.
202 mil - Este foi o volume, em toneladas, de bagas de açaí colhidas na Amazónia brasileira em 2013. Estes e outros produtos silvícolas, como as castanhas-do-maranhão, podem ser colhidos a longo prazo, evitando o abate de árvores para criação de gado ou plantio de monoculturas.
70% - O Brasil é a maior economia da América Latina, mas também é o principal culpado pela desflorestação na região. Entre 2006 e 2013, o país abrandou em 70% a velocidade de desflorestação na região. Dados de satélite mostram que o ritmo está novamente a aumentar.