No entanto, outras espécies abandonam o território em busca de habitats intocados, mesmo quando isso significa abandonar o parceiro e perder as hipóteses de reprodução. A mariquita de Wilson é um exemplo desta segunda abordagem.

John Marzluff e os colegas recolheram dados durante 12 anos num dos poucos estudos conduzidos sobre o modo como a urbanização afecta a dispersão das espécies de aves canoras. Identificaram três tipos de locais: reservas florestais, loteamentos já existentes e “zonas em mudança” onde a floresta está a ser loteada. Nesses locais, capturaram e anilharam cerca de três mil aves, monitorizaram as suas deslocações e estimaram a sua descendência.

As espécies estudadas normalmente ficavam com um parceiro numa determinada área. Quando as plantas rasteiras eram removidas, porém, os investigadores observaram as aves a mudarem-se e a “divorciarem-se”, renunciando ao parceiro anterior. Sem novo parceiro e com um novo território para desbravar na época de reprodução, “muitas não conseguem produzir juvenis”, explica o especialista. “Para uma ave que vive 5 a 6 anos, isso é um grande golpe.”

Só há uma solução: assegurar reservas suficientes de território autóctone, mesmo reconhecendo que muitas espécies “resistem bem em torno de nós. É importante que as comunidades percebam que podem fazer muito nos seus quintais para promover um habitat positivo para as aves”, diz Marzluff.

Mariquita de Wilson

Habitat/Distribuição

Prefere áreas florestais. Procria no Alasca, no Canadá e nos estados setentrionais dos EUA. Passa o Inverno no Sul dos EUA, México
e América Central

Estatuto de Conservação

Abundante

Outros Factos

Fêmeas e machos têm coloração semelhante com excepção do “carapuço” negro do macho.