Tiveram vários nomes ao longo da história: “carbúnculos”, para Plínio, o Velho; “raios”, para outro escritor romano; “pedras fosforescentes” para autores árabes;
“jacintos ou jagonças”, na era medieval. Os geólogos, porém, designam-nas como minerais do grupo das granadas.

No monte Suímo, a poucos metros de Belas (Sintra), sempre se escavou a terra à procura destas granadas rubras, usadas em poções medicinais e na joalharia, e que hoje não têm mais do que dois ou três milímetros. A tradição escrita faz remontar a mineração de granadas no monte Suímo ao período romano, mas Mário Cachão, geólogo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, defendeu recentemente que a exploração poderia ser anterior. 

Na base desta convicção está a reintepretação de uma passagem da “Naturalis Historia” de Plínio, na qual o naturalista romano refere que os carbúnculos são “trabalhosamente extraídos de um solo argiloso seco e duro”. Para o geólogo, a passagem sugere que não se tratava já “da rocha-mãe, mas sim de possíveis escombreiras de explorações precedentes”. Resta agora identificar qual poderia ter sido a cultura que descobriu granadas no monte Suímo.

mapa

O monte Suímo, em Belas, é explorado há pelo menos dois milénios em busca de granadas