O garrano é um cavalo dócil, muito associado às serranias minhotas, foi alvo de uma candidatura inédita a Património Nacional, que pretende sublinhar a história da raça autóctone, a sua envolvência e integração em práticas humanas tradicionais.
Com origem na zona do Gerês, esta raça de cavalo foi protegida pela orografia. A montanha potenciou “características, como os tons castanhos, crinas pretas e até o temperamento ajustado ao ambiente e ecologia da zona do Gerês”, diz Nuno Vieira e Brito, veterinário e vice-presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), que lidera a candidatura do garrano a Património Nacional.
Nos últimos anos, foi efectuado um controlo genético de toda a população de garranos, com recolha de sangue, análises genéticas, controlo de filiação de potros e características do padrão. “Temos hoje uma população bem caracterizada geneticamente”, acrescenta. Este trabalho tem sido desenvolvido pela Associação Nacional dos Criadores da Raça Garrana, pela Fundação Alter Real, pelo IPVC e pelo ICNB.
Os artistas que esculpiram gravuras no vale do Côa conheciam o garrano pois representaram-no com rigor nesta rocha da Penascosa.