Fotografias de Joel Sartore, National Geographic Image Collection (Lobo) e Madisen Omstead, Universidade Duquesne (Cão).
Pode ser extremamente difícil dizer não quando o Bobi faz “olhos de cachorrinho”. Há milhares de anos que os cães persuadem os seres humanos com esta expressão triste e adorável. Pequenos músculos em redor dos olhos e da boca permitem que os mamíferos terrestres formem inúmeras expressões faciais. Estes músculos são mais semelhantes entre cães e humanos do que entre cães e lobos, assegura o estudo realizado por investigadores da Universidade Duquesne de Pittsburgh. Nos lobos, muitos dos músculos faciais são fibras de contracção lenta, enquanto nos humanos e nos cães são fibras de contracção rápida. É essa diferença que permite aos cães assumir expressões piedosas ou apelativas para os humanos que os lobos não conseguem replicar.
A comunicação com sinais faciais é “fundamental para todos os humanos”, defende a autora principal do estudo, Anne Burrows. “Por isso, parece razoável que tivéssemos seleccionado cães que nos olhassem nos olhos.” Burrows e os colegas estão agora a investigar se a evolução dos músculos de contracção rápida em redor da boca dos cães desempenhou um papel importante nos latidos que estes desenvolveram para comunicar.