Durante o Inverno na América do Norte, muitos anfíbios enterram-se para evitar congelar, mas a rã-da-floresta (Rana sylvatica) não o faz.
Estas rãs do tamanho de figos ficam à superfície enquanto a água entre as suas células congela. Passam depois a estação numa espécie de sono criogénico. Com a chegada da Primavera, a maior parte das rãs-da-floresta desperta do sono gelado com uma tarefa em mente: sexo.
Os machos procuram um charco e chamam as fêmeas com sons semelhantes “ao grasnido de um pato”, diz Ryan Calsbeek, professor de biologia no Dartmouth College. Ao ouvirem os chamamentos, as fêmeas saltam em direcção aos coaxos que acham mais sedutores. Num estudo recente usando uma câmara acústica avançada, Calsbeek determinou que as rãs-da-floresta, tal como muitos seres humanos, não resistem a vozes profundas e roucas. Este tipo de coaxo tem tipicamente origem em rãs grandes, mas, depois de atraída para o lago, a fêmea é uma “presa” para todos os machos, incluindo os pequenos sopranos. O vencedor é o macho que conseguir montar a fêmea, prendendo-a com os membros anteriores em redor do torso, uma posição a que se dá o nome de amplexo. Quando a fêmea deposita os ovos na água, ele liberta o esperma e fertiliza-os.
Estas rãs têm muitas oportunidades de acasalamento em dois a três anos de vida. Por isso, a probabilidade de encontrarem pelo menos um um grande barítono reprodutor é razoável.
Distribuição
Lithobates sylvaticus são os únicos anfíbios que vivem a norte do círculo polar árctico. No Canadá, tal como no Alasca e noutras regiões dos Estados Unidos, vivem em habitats de tundra, pastagens e florestas.
Outros dados
Os corpos das rãs-da-floresta produzem uma espécie de anticongelante natural que impede que as suas células colapsem ao congelarem no Inverno. Os polegares dos machos incham durante o acasalamento para ajudá-los a segurarem-se às fêmeas.