Meio Ambiente
Grandes Reportagens
Ensaio fotográfico: as pessoas guardiãs da Terra
Riqueza de tradições e gestão difícil dos recursos moldam a vida no Serengeti.
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Leriro Tung’ung’wa, líder da comunidade Irkeepusi, ocupa-se de questões como a educação, os cuidados de saúde, os direitos de pastagem e o fornecimento de água para mais de sete mil pessoas na margem oriental da cratera do Ngorongoro.
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Quando era adolescente, Jeremiah Cheruiyot Maritim matava animais para comer ou vender. Agora, é vigilante da natureza e patrulha o Serengeti junto da fronteira entre o Quénia e a Tanzânia para capturar os caçadores furtivos. Estes montam armadilhas ou conduzem os animais até ravinas e matam-nos com lanças.
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No Quénia, o rio Mara contorce-se entre pequenas ilchampai (explorações agrícolas onde as culturas estão intercaladas com árvores) e culturas de regueiro de escala industrial. Juntas, estas formas de agricultura consomem tanta água que a altura do rio baixou consideravelmente nos últimos anos.
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Aldeãos masai cuidam dos animais em bomas tradicionais (esta localiza-se na Tanzânia): a boma é uma propriedade com casas e currais delimitados por vedações de ramos espinhosos entrelaçados para manter o gado do lado de dentro e os predadores à distância.
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Melubo Olenauni (à direita) e os filhos regressam a casa na Tanzânia depois de recolherem as vacas. Os rapazes aprendem o ofício de pastor com ovelhas e cabras e, mais tarde, com vacas. Quanto se tornam ilmurran, ou guerreiros, estão prontos para serem responsáveis por toda a manada.
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A mesa de bilhar é um centro social em Irkeepusi, na Tanzânia, onde os homens que não estão a tratar do gado jogam a dinheiro durante o dia. As mulheres trabalham em casa. Ordenham vacas, cortam e carregam lenha e vão buscar água para lavar e cozinhar.
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Naserian Dennis Lukumai dá banho a Meng’oriki, de 3 meses, o mais novo dos seus quatro filhos, em casa, na Tanzânia. Há uma fogueira acesa 24 horas por dia na zona comunitária. Outras duas salas abrigam bezerros e ovelhas que precisam de atenção especial. Enquanto a mulher de 29 anos trata da casa, o marido, Dennis, trabalha como gerente-adjunto no acampamento de safaris Lemala Ngorongoro.
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Ol Doinyo Lengai, ou “Montanha de Deus” no idioma masai, é um vulcão activo na Tanzânia. Considerada o lar de Enkai, que demonstra a sua ira com erupções ou períodos de seca, é um local de peregrinação para os pastores, que vão ali rezar e pedir por chuva, gado e filhos saudáveis.
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Yohana Medukenya trabalha num cabeleireiro em Irkeepusi, inspirando-se numa parede coberta de fotografias de celebridades. O jovem de 22 anos prefere arranjar o cabelo de homens e mulheres no MGZ Quality Hair Cuts a cuidar das suas cinco vacas. A família ajuda-o a tratar dos animais.
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Na Escola para Guias de Koiyaki, a oeste de Nairobi, alunos preparam-se para um exame de condução. Várias dezenas de aspirantes a guias turísticos, cerca de metade dos quais com bolsas de estudo, frequentam cursos de um ano para aprenderem a coordenar um safari, desde a supervisão dos acampamentos aos primeiros socorros.
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Os masai de Orboma dão as boas-vindas a turistas que pagam para visitar a aldeia e aprender tradições como a adumu, ou dança dos saltos, um rito de passagem para os rapazes. Eles competem para ver quem salta mais alto, a direito, no ar, procurando conquistar a admiração de potenciais noivas. “É fácil ser cínico em relação ao turismo”, diz o fotógrafo Charlie Hamilton James, mas espectáculos como este são um intercâmbio cultural. Os turistas obtêm aquilo que vieram ver e os masai obtêm dinheiro para sustentar as suas comunidades.
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Uma equipa de especialistas da organização Ol Kinyei Conservancy, no Quénia, cuida de grifos de Rüppell e grifos-africanos, espécies criticamente ameaçadas, que poderão ter-se alimentado de uma hiena envenenada. Dois foram salvos. O uso de venenos é ilegal, mas alguns pastores usam pesticidas para matar os animais que caçam o seu gado. Outros animais que comem os grifos envenenados, como os chacais, também podem morrer, numa tóxica reacção em cadeia.
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A Floresta de Nyakweri, em tempos uma importante maternidade de elefantes, era terra comunitária: dois mil quilómetros de floresta autóctone. Contudo, foi subdividida e os masai fizeram dela o seu lar: deixaram de praticar a transumância do gado. Agora, tornaram-se sedentários e mandam as crianças para a escola. As áreas florestais têm pouca utilidade para os pastores. Por isso, os masai contratam pessoas de outras tribos para abater árvores e queimar madeira, limpando terreno e produzindo carvão. Na África Oriental, 80% da população urbana usa carvão como fonte de energia para cozinhar.
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Francis Peenko (apontando para o ecrã) e outros vigilantes da natureza trabalham com o queniano Marc Goss, do Projecto dos Elefantes de Mara, para pilotar um drone equipado com uma câmara térmica e encontrar caçadores furtivos.
Riqueza de tradições e gestão difícil dos recursos moldam a vida no Serengeti.