Meio Ambiente
Grandes Reportagens
Em busca de culturas mais verdes
Observadas ao microscópio, as sementes, folhas e flores das plantas alimentares convidam a reflectir sobre formas de ajudar a agricultura a reagir às alterações climáticas.
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FLOR DE GIRASSOL. 700X AMPLIAÇÃO. Numerosos grãos de pólen cobrem uma das pequenas flores que compõem a cabeça de um girassol. Os girassóis podem ser resistentes à seca, ao aumento do calor, à salinidade do solo e às doenças. Os especialistas em genética estudam o seu vasto genoma para aprender como prospera em stress e os coleccionadores de sementes estão a preservar variedades silvestres antecipando futuros episódios de stress climático. Os agricultores também podem semear girassóis como parte de uma mistura de culturas de cobertura, plantadas entre as culturas principais com o objectivo de proteger a qualidade do solo, prevenir a erosão, conservar a água e reduzir o uso de pesticidas.
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O calor excessivo torna as raízes amargas e fibrosas. Com o aumento da temperatura e do nível de ozono, as cenouras também perdem valor nutritivo. Os investigadores estão a cruzar cenouras com variedades silvestres para aumentar a resistência à seca.
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Os mirtilos estão cada vez mais ameaçados por geadas e secas imprevistas, embora os cientistas creiam que os problemas possam ser mitigados. As culturas também sofrem com a drosófila da asa manchada, um insecto oriundo da Ásia que danifica as bagas jovens e prefere climas quentes.
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O lúpulo é essencial para produzir cerveja. No entanto, no vale Yakima (EUA), uma das maiores regiões mundiais de cultivo de lúpulo, a redução do manto de neve e o recuo dos glaciares da cordilheira de Cascades geram menos água para as explorações de lúpulo. Alguns fabricantes de cerveja procuram variedades silvestres mais resistentes no Sudoeste dos EUA e alguns produtores já estão a testar o lúpulo da Florida.
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A antera é a parte da flor de couve kale que contém o pólen. A procura por couve kale aumentou quando esta foi considerada um superalimento na viragem do século, mas as plantas cultivadas em grande escala podem ter efeitos ambientais desastrosos. Um número crescente de produtores está a experimentar técnicas próprias da agricultura regenerativa (incluindo a redução da lavoura e a plantação de culturas de cobertura) que combatem a erosão e devolvem mais carbono ao solo.
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Os botões florais da oliveira arbequina geram azeitonas deliciosas. Estas árvores conseguem sequestrar carbono a longo prazo, absorvendo dez quilogramas de dióxido de carbono por litro de azeite produzido, segundo o Conselho Oleícola Internacional. Alguns produtores estão a plantar culturas de cobertura para ajudar o solo circundante a capturar carbono. Nos últimos anos, porém, uma bacteriose invasiva tem devastado os olivais mediterrâneos.
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O cânhamo industrial é uma cultura incrivelmente versátil. As sementes de cânhamo são uma fonte rica em proteína e fibra. O isolamento à base de cânhamo está a ser publicitado como material de construção de carbono zero porque retém o CO2 capturado pela planta. Os cientistas exploram outras utilizações ecológicas, desde o uso como combustível até à produção de bioplásticos.
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Pêlos protectores com glândulas sebáceas aromáticas cobrem a flor da lavanda. A lavanda é utilizada para aromatizar alimentos e acrescentar aromas a produtos cosméticos. As plantas perenes, como a lavanda, a aveleira e o cereal Kernza, vivem muitos anos. As culturas perenes podem contribuir para a criação de um bom solo, alimentar polinizadores e reduzir a necessidade de lavoura anual.
Estas imagens foram captadas com um microscópio de varrimento electrónico, que usa electrões em vez de luz para captar pequenos pormenores. Os resultados aparecem a preto e branco. Robert Dash é docente e fotógrafo.