Um mês passado entre ursos-polares, durante o Verão, revela uma faceta mais ligeira do maior predador terrestre do mundo.

“Vemos sempre os ursos-polares no gelo e na neve”, explica o fotógrafo Martin Gregus, Jr. “Mas eles não param de viver durante o Verão.” Determinado a revelar esta perspectiva menos conhecida dos ursos, Martin construiu uma estação de campo numa pequena embarcação e passou 33 dias a norte de Churchill, em Manitoba (Canadá), nos Verões de 2020 e 2021.

Quanto mais estudava os ursos, mais informação descobria sobre as suas personalidades. Encontrou uma cria persistente à qual chamou Hércules. Perdera uma pata, mas conseguira sobreviver aos dois primeiros verões. Uma fêmea enorme, Wanda, parecia ser temida pelos outros ursos, mas passava os dias a fazer alongamentos entre a vegetação. Outra fêmea, Wilma, parecia tão à-vontade nas imediações do fotógrafo que amamentava as suas crias, Pebbles e Bamm-Bamm, suficientemente perto para ele as ouvir ronronar. Martin também assistiu a comportamentos raros, como ursos a comer plantas e a caçar andorinhas-do-mar, perseguindo-as até à água. Este tipo de comportamento exótico talvez ajude esta população de ursos-polares a lidar com os efeitos das alterações climáticas, mas outras populações estão a morrer de fome.

“Todas estas imagens mostram ursos gordos, saudáveis e brincalhões”, resume o fotógrafo. Por isso, embora de uma perspectiva global tudo possa estar a correr mal para esta espécie, “é evidente que algo está a correr bem aqui”.