O branqueamento é um problema global desencadeado pelas alterações climáticas e ocorre quando as águas do oceano atingem temperaturas muito mais elevadas do que seria natural e destroem as algas do recife. Aos poucos, o coral morrerá à fome. A Grande Barreira de Coral ilustra a extensão do problema: em 2016, cerca de 30% do coral morreu e em 2017 desapareceram mais 20%. O resultado assemelha-se a uma floresta após um incêndio devastador. Grande parte do ecossistema marinho da costa setentrional do recife é hoje uma paisagem estéril e esquelética, com escassa esperança de que venha a recuperar.

O coral em stress devido às altas temperaturas da água expulsa as algas e fica sem alimento. O esqueleto do coral morto decompõe-se quando exposto.

Quão quente e por quanto tempo?

À medida que as alterações climáticas aquecem os oceanos da Terra, as ondas de calor subaquáticas duram mais. As espécies de coral não suportam períodos de calor prolongados. Começam a morrer, o que diminui a diversidade dos recifes. Depois de o stress térmico se tornar severo, como aconteceu no Norte da Grande Barreira de Coral em 2016, poucas espécies permanecem.
A morte definitiva é rápida.

Em 2016, o branqueamento avançou de tal forma que os cientistas tiveram de refazer as suas previsões sobre a quantidade de calor que o recife poderia suportar. 

 

Sem tempo para recuperar

Anteriormente, os recifes sofriam episódios de branqueamento a uma escala regional e a cada 27 anos. Desde a década de 1980, esse ritmo acelerou e actualmente ocorrem a cada seis anos. No melhor dos cenários, um recife devastado demora, pelo menos, dez anos a recuperar. A Grande Barreira de Coral, atingida em dois anos consecutivos, poderá nunca mais recuperar.

 

Notas: 

A escala varia nesta perspectiva. A distância entre a ilha Saibai e o cabo York é de 145 quilómetros. * Pior pontuação (alguns recifes foram estudados em mais do que um episódio de branqueamento). Renderização do terreno: Charles Preppernau. Ilustração: Matthew Twombly. Fontes: Centro de Excelência para o Estudo dos Recifes de Coral do Conselho de Investigação Científica da Austrália; Observatório de Recifes de Coral da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA); Robin Beaman, Universidade James Cook; Serviço Hidrográfico Australiano; Geociência Austrália; Instituto Australiano de Ciências do Mar; Ray Berkelmans e outros, CORAL REEFS 23, 2004; © 
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