A necessidade de cuidados especiais levou a que este macho de trezentos quilogramas fosse transferido de imediato para o Centro de Reabilitação de Espécies Marinhas, Porto d’Abrigo do Zoomarine, onde permaneceu 49 dias em quarentena e recuperação.
O acidente proporcionou aos biólogos do Zoomarine uma oportunidade única de investigação. Aquando da libertação, em Agosto, foi fixado na carapaça
do animal um retransmissor de sinais de satélite. Deste modo, a equipa científica previa recolher dados sobre a viagem da tartaruga de regresso a casa,
comprovando rotas importantes para este animal e territórios de eleição para os comportamentos mais sensíveis da espécie junto da costa.
A monitorização programada para três anos de duração foi interrompida ao fim de 21 dias. Mesmo assim, o intervalo foi suficiente para intrigar os investigadores.
Desde o momento em que foi libertada em mar alto, dez milhas ao largo de Portimão, a tartaruga-de-couro nadou a impressionante distância de mil quilómetros,
até chegar a Fuerteventura, nas Canárias, uma zona conhecida pela ocorrência frequente desta espécie.
Segundo o biólogo Élio Vicente, a coincidência de se tratar de uma zona de tráfego marítimo intenso pode ser uma das explicações para a libertação do retransmissor.
Três semanas depois da instalação, Quinas,a tartaruga adoptada pelo Algarve, emancipou-se e deixou de colaborar com a ciência.