Ao longo da sua carreira de fotógrafo de história natural, Luís Quinta tem documentado animais de todos os tamanhos e nos mais variados ambientes. Em 2001, na primeira edição da National Geographic Portugal, publicou uma imagem que retratava um grupo de cachalotes nas águas dos Açores. Nela viam-se vários indivíduos com mais de dez metros de comprimento acompanhados por uma cria recém-nascida ao largo da ilha do Pico.

Fascinado desde jovem pela vida nos oceanos, o fotógrafo dedicou-se a retratar a imensa variedade de formas de vida que nele habitam, mas, por limitações técnicas, concentrou-se em criaturas com… mais de dois centímetros de comprimento. Em 2016, adquiriu finalmente equipamento especializado que lhe deu acesso a um mundo novo. Agora, o fotógrafo já podia fotografar animais com menos de um milímetro.

Os cachalotes e as baleias de barbas que fotografou em mais de duas décadas de colaboração com a National Geographic Portugal têm vindo lentamente a recuperar, apesar do agravamento de algumas ameaças.

As populações de algumas dessas espécies estão hoje mais distantes do limiar da extinção e isso depende em grande medida da existência de uma complexa cadeia trófica que tem na base minúsculas formas de vida.

O desafio de Luís Quinta para representar espécies de plâncton em fotografia foi idêntico ao que muitos naturalistas sentiram desde o final do século XIX – o próprio rei Dom Carlos superou esse problema, tirando o máximo partido da tecnologia da sua época.

Nos oceanos, podem existir mais de um milhão de espécies de plâncton, das quais menos de um quarto está descrita. Mas é destas invisíveis criaturas que depende a vida marinha e, no limite, a nossa própria existência.