Durante a infância, no Sudeste do estado de Indiana (EUA), Joshua White ficava deitado horas a fio no quintal de sua casa a observar formigas e escaravelhos. Perscrutava as pequenas criaturas com uma sensação de espanto e esforçava--se por compreender os mistérios do mundo natural. Guardava os achados entomológicos em frascos de conserva, copos de esferovite ou mesmo nas mãos.
Joshua cresceu e tornou-se artista. Mudou-se recentemente para a Carolina do Norte, onde ainda passa momentos consideráveis a caminhar perto de casa e a observar cuidadosamente os arredores. Agora, porém, capta os seus minúsculos sujeitos com a lente fotográfica do seu telemóvel que lhe permite interpretá-los artisticamente e partilhá-los com os espectadores fora do seu quintal.
“Não é preciso viajar para locais exóticos para obter uma fotografia interessante”, argumenta. “A beleza está sempre à nossa volta.”
O seu fascínio de longa data pelo mundo natural ganha corpo no projecto “A Photographic Survey of the American Yard”. As fotografias
em tons sépia e o design assemelham-se aos dos elegantes catálogos científicos do século XIX, desenhados à mão.
Embora Charles Darwin tenha percorrido grandes distâncias para observar e desenhar plantas e animais remotos, Joshua documenta as plantas e animais abundantes na vida quotidiana, mas raramente considerados
dignos de nota. “Não é preciso viajar para locais exóticos para obter uma fotografia interessante”, argumenta. “A beleza está sempre à nossa volta.”
Inerente ao projecto, está a lição de que a maioria dos seres humanos não pensa vezes suficientes no mundo que habita "ou no que se passa debaixo dos pés". As fotografias que ele partilha exigem, com delicadeza, que prestemos atenção aos seres que, de muitas formas, são a base do ecossistema físico. Embora estas criaturas sejam muitas vezes vistas como inconvenientes ou pragas, as imagens de Joshua White reclamam atenção para a sua importância face ao equilíbrio de cada ecossistema.