Observador de porcos-espinhos há mais de 30 anos, Uldis Roze não faz ideia de quantas vezes já ouviu a mesma piada. “Como se reproduzem os porcos-espinhos? Com muito cuidado.”
Este porco-espinho-norte-americano foi fotografado no Zoológico das Grandes Planícies em Sioux Fall, Dakota do Norte (EUA).
Observador de porcos-espinhos há mais de 30 anos, Uldis Roze não faz ideia de quantas vezes já ouviu a mesma piada. “Como se reproduzem os porcos-espinhos? Com muito cuidado.”
A resposta está “correcta, mas não é muito esclarecedora”, diz este professor emérito de Biologia no Queens College de Nova Iorque. Na realidade, o ritual de acasalamento do Erethizon dorsatum é bastante elaborado, prolongado e... húmido.
A época anual de acasalamento da espécie acontece no início do Outono. Na árvore escolhida, a fêmea sinaliza que está prestes a procriar, segregando uma substância odorífera. Atraídos pelo cheiro, os machos lutam entre si nos ramos das árvores e no solo. Aquele que ganhar a disputa conquista também direitos de acasalamento, mas a sedução ainda não está completa.
Para induzir o cio na fêmea, o macho esguicha urina para a fêmea: algumas gotas de cada vez. A urina é “impulsionada a uma velocidade tão elevada que, mesmo que um macho esteja distante da fêmea, a urina pode alcançá-la “, diz Uldis Roze. O macho continua assim, “em projecções repetidas ao longo de muitas horas”, até a fêmea entrar no “espírito”. Por norma, os dois descem da árvore para acasalar.
Os espinhos podem tornar o acto de montar a fêmea numa sugestão... espinhosa. Porém, quando esta está pronta, curva a cauda por cima do lombo coberto de espinhos de forma a que a parte de baixo da cauda sem espinhos fique virada para cima. O macho pode deste modo colocar as patas nessa superfície e passar à acção.
Sete meses depois, a fêmea dará à luz uma única ninhada. A cria nasce já com todos os espinhos, mas também embrulhada no saco amniótico para facilitar a chegada ao mundo.