Tudo o que vê nestas páginas, juntamente com o azeite e o chá, foi sujeito a mais de 20 estudos nos últimos 25 anos, explica o médico Michael Roizen, da Clínica Cleveland. “Ou têm benefícios inesperados ou são consumidos de forma corrente com um certo risco inerente”, diz o especialista.
Os alimentos mais estudados nem sempre são os mais saudáveis.
Alguns alimentos, como as romãs e os pistácios, ganharam “fama” nutricional quando grandes empresas agroalimentares financiaram parte da pesquisa. No entanto, a investigação patrocinada pode prejudicar a ciência. Os produtores de lacticínios, por exemplo, têm “um marketing forte”, que lhes permite promover amplamente os aspectos genuinamente nutritivos do leite, iogurtes, queijo e muito mais. Alguns lacticínios contêm um composto chamado lecitina, considerado muito saudável. No entanto, a lecitina interage com as bactérias intestinais produzindo um composto prejudicial, a trimetilamina, que provoca inflamação e pode originar doenças. As gemas de ovo também contêm lecitina.
Os alimentos mais estudados nem sempre são os mais saudáveis. Mesmo a carne saudável com origem em animais alimentados em pastagens contém carnitina, também responsável pela produção de trimetilamina. “A proteína não é diferente quer o animal seja alimentado com pasto ou ração”, diz o especialista.
Alguns lacticínios contêm um composto chamado lecitina, considerado muito saudável.
O vinho tinto ou um fio de azeite extra virgem não adulterado, dois alimentos muito estudados, podem atenuar ligeiramente os efeitos negativos da carne e dos produtos lácteos. Uma vez mais, o álcool tem os seus riscos e o azeite é rico em calorias.
A melhor aposta, diz o médico, é seguir as recomendações da ciência e não do sensacionalismo. Coma vegetais. Troque a carne por salmão ou truta, pois ambos têm mais óleo de peixe do que a maioria das outras espécies com alto teor de gordura e baixo teor de mercúrio. Beba café (pode ser bom para o fígado). Petisque nozes, mas não muitas. E para a sobremesa... um quadrado de chocolate preto. E, sobretudo, desconfie de tudo.