Numa manhã de Primavera de 2016, dez pombos foram lançados no céu de Londres. Transportavam minúsculos dispositivos que recolhiam dados sobre concentrações de dióxido de azoto e ozono no ar da cidade. Foi a primeira missão da Patrulha Aérea de Pombos.

Desde a Antiguidade que os seres humanos usam estas aves com talento para a navegação como animais de trabalho. Genghis Khan e os romanos utilizaram-nas como mensageiras. Os franceses concederam honras militares a dois pombos pelo serviço prestado na Primeira Grande Guerra.

A Patrulha de Pombos moderna foi desenvolvida pelos Laboratórios Plume de Romain Lacombe para ajudar a comunidade a perceber o que existe no ar que respiram. Um estudo estimou que a poluição atmosférica em Londres contribui para cerca de 9.416 mortes por ano.

Romain Lacombe admite que teve de fazer um esforço para ultrapassar a desconfiança inicial, mas o estratagema com os pombos funcionou. A Patrulha de Pombos inspirou voluntários humanos a usar os dispositivos, que desde então mapearam a qualidade do ar em 1.300 quilómetros de percursos em Londres.

“Estamos a usar a antítese da tecnologia para fazer algo inovador”, resume Romain Lacombe. “Mas funciona: a comunidade interessou-se pelo problema devido aos pombos.”

Na Primeira Grande Guerra, estas aves também transportaram mensagens para os soldados franceses na linha da frente.

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