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A beleza intemporal das auroras boreais
A origem destas luzes fantasmagóricas intriga há muito os cientistas. Alguns tentaram simulá-las através de experiências complexas, como o físico norueguês Kristian Birkeland no século XIX. Em pleno século XXI, a reprodução da beleza cósmica das auroras boreais continua a estimular a imaginação dos cientistas, mas a tecnologia é mais avançada.
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23h32 – 24 de Janeiro de 2012, Tromsø, Noruega: As melhores noites para ver auroras acontecem entre Outubro e Fevereiro, no hemisfério norte, e Junho, Julho e Agosto no hemisfério sul. Olivier Grunewald viu-as pela primeira vez em 1997 e, desde então, fotografou-as em vários lugares do círculo polar árctico, como esta, em forma de semicírculo.
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22h57 – 25 de Janeiro de 2012, Tromsø, Noruega: O céu boreal desta cidade escandinava muda a cada minuto devido aos oscilantes brilhos da aurora boreal, que nunca se mantém imóvel. Há momentos maravilhosos em que as luzes, que se deslocam em todas as direcções, ocupam completamente a abóbada celeste.
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22h57 – 25 de Janeiro de 2012, Tromsø, Noruega
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22h57 – 25 de Janeiro de 2012, Tromsø, Noruega
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00h18 – 24 de Fevereiro de 2014, Rio Chilkat, Juneau, Alasca: O termo aurora boreal é maioritariamente atribuído ao filósofo francês Pierre Gassendi, que o terá utilizado pela primeira vez em 1621. No Alasca, as luzes do Norte brilham com toda a intensidade numa madrugada polar gélida.
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00h53 e 01h54 – 22 de Fevereiro de 2012, Spitsbergen, Noruega: O melhor horário para captarauroras é entre as 21h e a 1h da madrugada, quando a noite é mais cerrada. Com o apoio de cientistas como Jean Lilensten, Olivier Grunewald conseguiu antecipar os dias e as condições mais favoráveis para a sua caçada fotográfica.
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00h45 – 23 de Outubro de 2012, Geysir, vale de Haukadalur, Islândia: Quando Grunewald observa as auroras boreais sente-se como se viajasse até à origem do universo. Na Islândia, terra de géiseres e vulcões, a sensação primitiva é ainda mais intensa.
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Mancha solar onze vezes maior do que a Terra: Em Outubro, o Observatório de Dinâmica Solar da NASA captou imagens de enormes manchas solares que alcançaram o seu expoente máximo entre os dias 19 e 27. Em cima, pode avistar-se a grande fulguração que surge na coroa solar, gerada num grupo gigantesco de manchas solares com 140 mil quilómetros de diâmetro, cerca de onze vezes maior do que a Terra. Eram tão grandes que podiam ser observadas a olho nu com filtros especiais. NASA / SDO; NASA / SPL / AGE FOTOSTOCK
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A imagem colorida reconstitui o aspecto de uma aurora boreal a partir do espaço. Trata-se de um anel de luz formado em redor do pólo norte, no qual as zonas mais activas estão a vermelho e as menos intensas a amarelo e azul. NASA / SDO; NASA / SPL / AGE FOTOSTOCK
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O astrofísico Jean Lilensten gosta de divulgar os fenómenos meteorológicos espaciais. A sua Planeterrella ajuda-o bastante nessa tarefa. Por enquanto, existem 71 réplicas deste visualizador de auroras boreais em diferentes organizações mundiais. A sua invenção permite também simular interacções entre planetas e estrelas, como as existentes entre Ganimedes e Júpiter, e mostrar jorros e anéis estelares.
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Lilensten cede gratuitamente os planos de construção às instituições interessadas e colabora na execução deste dispositivo que fascina todos os públicos.
As auroras boreais e todo o complexo sistema meteorológico que as gera continuarão a maravilhar-nos nas latitudes elevadas e ocasionalmente nas latitudes mais temperadas, como as do nosso país. Continuarão a emergir em intervalos incertos, com fases de proeminência e outras de ausência prolongada.
Num artigo publicado em 2005 na revista “Solar Physics”, que aborda o contributo dos oficiais alemães Jacob Chrysostomo Praetorius e Henrik Schulze ( que registaram pelo menos 18 auroras boreais na região de Lisboa confirmadas entre 1781 e 1785, em 1789 e 1793), revela um comentário de Praetorius em 1793: “A Aurora outro dia taõ frequente naõ apareceo.” Tal como eles, resta-nos olhar para o céu nocturno e esperar por novo espectáculo celeste.