Um novo dinossauro chamado Zuul

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Zuul é o anquilossaurídeo (um tipo de dinossauro couraçado com cauda em forma de maça) mais completo encontrado até à data na América do Norte.

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Uma equipa de técnicos trabalhou durante anos para limpar a rocha que revestia o fóssil. Entre eles, Amelia Madill, uma preparadora de fósseis da empresa de exposições Research Casting International.

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Como se pode ver na ilustração e no fóssil, grandes chifres projectavam-se junto dos olhos de Zuul, inspirando o seu nome demoníaco. Zuul, porém, não seria certamente um carnívoro. Utilizava a mandíbula para comer plantas tenras.

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Os anquilossaurídeos como Zuul são famosos pela cauda. Este dispositivo terá evoluído há cerca de 100 a 90 milhões de anos, transformando-se numa maça dura dotada de uma protuberância óssea que, em algumas espécies, chegou a medir mais de meio metro. A cauda pontiaguda do Zuul alcançava dois metros e pode ter ajudado o animal a repelir tiranossauros como o Gorgosaurus ou outros membros da sua própria espécie. Para homenagear a arma caudal de Zuul, Evans e a colega Victoria Arbor baptizaram a espécie como crurivastator, que em latim significa “destruidor de pernas”.

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Zuul tinha a pele coberta por placas ósseas, os osteodermos, com forma de espinha e cobertos por um revestimento de queratina, a mesma proteína que se encontra no cabelo humano e nas unhas.

Zuul é o resultado de 125 milhões de anos de evolução. Na alvorada do Jurássico, os seus antepassados desenvolveram a armadura e mais tarde extremidades como maças caudais, bem como placas ósseas embutidas nas pálpebras.

No filme “Caça-Fantasmas” de 1984, uma equipa de parapsicólogos luta contra Zuul, um demónio com focinho de gárgula. Na vida real, os cientistas descobriram um sósia: Zuul crurivastator, um novo género e nova espécie de dinossauro com a aparência de um monstro imaginado em Hollywood.

Zuul é o anquilossaurídeo (um tipo de dinossauro couraçado com cauda em forma de maça) mais completo encontrado até à data na América do Norte. Também está incrivelmente preservado. A sua couraça, bem como os tecidos moles que a revestiam, fossilizaram. Até se preservou a ferida no flanco de Zuul, um possível testemunho de um combate com outros anquilossaurídeos. “Nunca tínhamos imaginado uma criatura com estas características”, diz David Evans, paleontólogo do Museu Real de Ontário que coordenou o estudo.

O herbívoro morreu há 76 milhões de anos no território que é agora o Norte do estado de Montana, nos EUA, perto de um estuário adjacente a um mar.
Por alguma razão, a sua carcaça foi engolida por um rio, onde o organismo ficou rapidamente enterrado na areia, assim permanecendo até 2014. Então, foi descoberto por um grupo de prospectores de fósseis.

«O seu estado de conservação é excepcional. (...) É difícil imaginar o comprimento da cauda ou até mesmo quão afiados eram aqueles espinhos.» Victoria Arbour, conservadora do museu real da Colúmbia Britânica.

O Museu Real de Ontário adquiriu o fóssil em 2016 e, em Maio de 2017, os seus investigadores comunicaram a identificação de uma nova espécie de dinossauro. Enquanto a pesquisa continua, Zuul foi apresentado à sociedade: é a “estrela” de uma nova exposição do museu.