Quando os fragmentos de uma taça com duas asas foram encontrados na Grécia em 1990, os arqueólogos conseguiram identificar os animais pintados na sua circunferência, mas não intuíram o seu significado.
A estranha colecção de animais, que incluía mamíferos, um réptil e um aracnídeo, não era uma decoração típica.
Cerca de duas décadas depois, John Barnes, estudante de doutoramento da Universidade do Missouri, viu a reconstrução (à esquerda) num museu, e propôs outra interpretação. Astrónomo amador desde a infância, intuiu que os animais ali representados poderiam simbolizar constelações. “Uma centena de pessoas pode olhar para um artefacto e cada uma contribui com algo”, diz. “Neste caso, eu contribuí com a astronomia.” Nessa concepção, da esquerda para a direita, temos a terminação da cauda de Touro, uma cobra que representa Hidra, a Lebre, o Cão Maior, o Golfinho, o Escorpião e o Leão. A taça seria um objecto votivo oferecido num templo da cidade de Halai em 600 a.C. John Barnes acredita que as constelações talvez estejam agrupadas de acordo com as estações do ano, ligando a taça a celebrações específicas do calendário religioso anual.