Um dos grandes chamarizes da cidade do Porto é a Sé Catedral, também conhecida como Igreja de Santa Maria do Porto, um monumento imponente que se destaca à distância. Desde o século VI que há referências a uma catedral do Porto, mas essa construção primeva, ao que tudo indica, poderá ter sido sido arrasada no século VIII durante a ofensiva muçulmana em Portugal. Com a independência, o bispo francês Dom Hugo retomou a ideia de construir um novo templo, o que dá conta também da importância da cidade para o reino.

A generosa rosácea

Construído de raiz, o templo remonta ao século XII, prolongando-se a sua edificação até ao século XIII. O estilo original é marcadamente românico, uma corrente artística de grande implantação no Norte do país. Distinguem-se os elementos românicos no exterior, na fachada, nos dois torreões e na generosa rosácea.

No entanto, o templo foi sofrendo alterações ao longo dos tempos.

Já na vigência do gótico, a Sé recebeu a arca tumular de João Gordo (um distinto cavaleiro da Ordem dos Hospitalários) na Capela de São João Evangelista, e o claustro, edificado no reinado de Dom João I. Foi aqui, aliás, que o fundador da segunda dinastia desposou Dona Filipa de Lencastre.

Remodelações de Nasoni

Estas referências perdem-se numa primeira apreciação do templo. O estilo mais evidente para o observador moderno é o barroco, com o carácter exuberante que este encerra, nomeadamente um edifício anexado à fachada, datado do século XVIII. O portal de entrada, originalmente românico, foi também substituído por outro com elementos barrocos.

Sé Catedral do Porto

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É nesta época que entra na história da Sé o arquitecto italiano Nicolau Nasoni, autor das remodelações mais visíveis na actualidade. No período setecentista, também foi construída uma ampla escadaria que dá acesso à Sala do Capítulo.

Nessa sala, encontram-se as telas barrocas do pintor italiano João Baptista Pachini, mas a característica mais emblemática da era barroca consiste na sacristia, nas pinturas murais e na abóbada.

É também notável o altar de prata da Capela do Santíssimo Sacramento, uma obra-prima da ourivesaria nacional e que sobreviveu às pilhagens dos soldados de Junot nas Invasões Francesas porque foi escondido por detrás de uma parede de gesso.

A Sé do Porto pode ser um ponto de partida privilegiado para a descoberta do centro histórico da cidade, classificado pela UNESCO como Património Mundial. Na zona envolvente do Palácio da Bolsa, situa-se o Mercado Ferreira Borges, um dos mais emblemáticos representantes da designada arquitectura do ferro, que ficou órfã com a demolição do antigo Palácio de Cristal.

Apesar da sua designação, a sua utilização como mercado foi efémera (ainda que tenha sido o mais importante mercado abastecedor de fruta da cidade) e, depois de um período de abandono, serve agora de espaço de animação cultural.

Muito para ver

A história do Porto e a vida dos portuenses está intimamente ligada ao rio Douro. Da cidade, partem também os cruzeiros do Douro em barcos rabelos, utilizados para o transporte dos vinhos desde o local da colheita até ao Porto, bem como os modernos cruzeiros.

Porto

De barco ou a pé, todos os caminhos parecem conduzir à praça e ao cais da Ribeira, onde se percebe o verdadeiro sentimento das gentes da cidade e as tradições genuinamente “tripeiras”, percorrendo as ruelas estreitas e sinuosas, as arcadas sombrias e as casas coloridas que compõem um verdadeiro mundo de singularidades.

 Catedral do Porto

Terreiro da Sé, Porto

Horário: Todos os dias da semana, das 9h às 17h30

Contactos: Tlf.: +351 226 179 345

GPS: 41º08’56.7 N 8º 36’55.7 O