Quais as refeições mais retratadas nas pinturas?

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Jan Davidsz. de Heem

“Natureza-morta com lagosta” (década de 1640). Museu de Arte de Toledo

As redes sociais são uma fonte infinita de comida com desenhos de espuma de cappuccino ou grandes hambúrgueres encenados para abrir o apetite.  

Esta mania, ou #foodporn, tem surpreendentemente, uma origem refinada: até os grandes mestres pintores participaram nesta tradição.
Num estudo de 2016 intitulado “A arte da comida não reflecte a realidade”, investigadores do Laboratório de Alimentos e Marcas da Universidade de Cornell analisaram pinturas que retratavam refeições familiares entre 1500 e 2000. O estudo comparou a frequência com que um alimento foi retratado na arte com a frequência de consumo. O marisco, por exemplo, apareceu num quinto das pinturas alemãs, apesar da minúscula costa do país. As iguarias raras, como lagosta, alcachofras, avelãs e limões, eram particularmente populares. Os investigadores descobriram que este tipo de representações na arte era mais usada para ostentar riqueza ou o talento do artista do que para mostrar um alimento realmente consumido.
As naturezas-mortas desapareceram no século XX, mas renasceram com as redes sociais. “Quando existe uma pressão permanente para tweetar sobre coisas diferentes, tentamos tornar a nossa vida mais interessante”, comenta Brian Wansink, principal autor do estudo. “Mas não é nada comparado com o que eles faziam há 500 anos!”

DO ESTUDO

39% das pinturas da era dos Descobrimentos representava marisco.

28% das pinturas da era do Iluminismo representava limões.

26% das pinturas da era do Iluminismo representava uvas.

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