O encantador de serpentes. O fiandeiro. O vassoureiro.

As profissões tradicionais na Índia podem ser tão variadas e distintas quanto as cores vivas e os ricos sabores deste país. Essa diversidade de ocupações está retratada na série de retratos “Marginal Trades” do fotógrafo Supranav Dash, que captou indivíduos a trabalhar, essencialmente nas regiões de Bengala Ocidental e Uttar Pradesh.

As profissões retratadas por Supranav, que incluem a produção de doces e de blocos de excremento de vaca para combustível, estão a desaparecer e, com elas, dilui-se também a velha hierarquia social. Para muitos na Índia, o sistema de castas há muito que determina a ocupação profissional. A discriminação pública baseada nas castas foi entretanto banida e Supranav vê mais jovens a ignorar as limitações impostas desde o berço, incluindo as restrições que se aplicavam ao tipo de profissão a desempenhar.

Muitos desses trabalhadores cujas ocupações estão a desaparecer, especialmente os artesãos, estão à mercê da economia, bem como das forças culturais. “A maior ameaça ao artesanato e às profissões tradicionais é a tecnologia”, sublinha o economista Shyam Sundar.

Tudo o que antes exigia intenso labor manual pode agora ser replicado em série. “Ouvimos queixas de artistas e artesãos. Eles só sabem que os filhos não continuarão o seu trabalho”, diz Supranav. “Dizem-me: ‘O meu ofício termina comigo’.”