Em Janeiro de 2014, a costa portuguesa foi violentamente afectada por tempestades.
Uma dessas intempéries teve um efeito secundário inesperado: um inédito achado arqueológico foi posto a descoberto na praia de Belinho em Esposende, resultado de um ou dois antigos naufrágios.
Entre as mais de mil peças e fragmentos, destacam-se pratos de diversas dimensões, escudelas, castiçais, pelouros, restos de uma provável espada e cota de malha. Diversos madeirames de embarcação (o maior com nove metros de comprimento) e cerâmica anfórica da época romana (provavelmente proveniente de um depósito na própria praia) estão incluídos no espólio encontrado por habitantes locais numa caminhada matinal.
Não se sabe ainda qual o país de origem do navio, mas, segundo Ana Almeida, arqueóloga do município de Esposende, algumas investigações anteriores e a comparação com peças já conhecidas permitem concluir que “pertencem à época moderna, eventualmente aos séculos XVI ou XVII”. O material não é incomum, mas o contexto do naufrágio e a quantidade e diversidade são inéditos no país.
Dada a importância da descoberta, está em desenvolvimento um projecto em rede sobre o sítio arqueológico da praia de Belinho, procurando nos diversos parceiros a inovação ao nível da investigação, valorização e e divulgação destes achados, como disto é exemplo o projecto europeu ITN Marie Curie “ForSEADiscovery” no qual se procurará determinar a idade exacta, o tipo e proveniência das madeiras.