SOBERANO DE TODOS OS IRANIANOS
Ciro, que pertencia à dinastia aqueménida, ascendeu ao trono persa em 559 a.C., e iniciou uma revolta bem-sucedida contra os medos, tornando-se o rei de todos os iranianos. Em 546 a.C., cercou o riquíssimo Creso da Lídia, na Ásia Menor, e marchou contra a Babilónia. Em 539 a.C., os babilónios abriram as portas aos persas, os quais, segundo consta, entraram na cidade em paz. Ciro devolveu as imagens dos deuses capturadas nas batalhas e permitiu que os exilados regressassem a casa. Quando morreu em 529 a.C., era conhecido como um vencedor piedoso.
Cambises II, filho de Ciro, ampliou o império com a invasão do Egipto em 525 a.C., convertendo os persas (pouco conhecidos antes das campanhas de Ciro) nos senhores do Próximo Oriente. Cambises passou três anos a assegurar o controlo sobre o Egipto e chegou a territórios distantes como a Núbia, no actual Sudão.
Marduk, o grande senhor, regozijou-se pelas [minhas boas] acções, e lançou uma doce bênção sobre mim, Ciro, o rei que o teme, e sobre Cambises, o filho [da minha] linhagem, [e sobre] todas as minhas tropas: que possamos viver felizes na sua presença, com prosperidade. Cilindro de Ciro
Uma revolta, provavelmente encabeçada pelo irmão Bardeia, determinou o seu regresso a casa em 522 a.C. Cambises morreu no regresso e Bardeia faleceu pouco depois.
O IMPÉRIO NO SEU APOGEU
Dario, o sucessor de Cambises, pôs fim a nove levantamentos nos três primeiros anos do seu reinado. Com a sua guarda imperial, os Dez Mil Imortais, expandiu o reino até ao rio Indo e para lá do Bósforo. Ainda mais importante foi a forma como organizou o império, que dividiu em 20 províncias denominadas satrapias, vigiadas por agentes secretos.
A cunhagem de moeda e uma rede com mais de mil e quinhentos quilómetros de estradas facilitavam a cobrança de impostos e o comércio. Mas Dario foi excessivamente ambicioso: enfrentou os gregos em 490 a.C., mas perdeu a batalha de Maratona.
O herdeiro de Dario, Xerxes, também lançou a sua frota contra os gregos, mas foi derrotado na batalha de Salamina, em 480 a.C. Embora o poder dos persas tenha decrescido, grande parte da região permaneceu sob influência persa no milénio seguinte.
O exército persa era encabeçado por um corpo de elite conhecido pelo nome de Dez Mil Imortais, pois cada morto era imediatamente substituído, de modo a que o número permanecesse constante. Usufruíam de privilégios especiais e eram bem pagos. “Todos os homens brilhavam com o ouro que usavam em grandes quantidades”, escreveu Heródoto na sua narração das guerras entre gregos e persas. “Iam acompanhados por grandes carroças abertas, que transportavam as suas mulheres e criados, todos vestidos de forma sofisticada. A comida, diferente da do resto do exército, era-lhes trazida em dromedários e mulas.”