Os incas converteram-se num poder imperial no século XV, pouco antes de os espanhóis chegarem ao NovoMundo. Viviam nos Andes peruanos, onde a chuva era escassa, as colheitas magras e os conflitos frequentes devido às disputas com grupos vizinhos pelo acesso às melhores terras agrícolas. Os camponeses cultivavam batatas, tomate e milho, e os pastores criavam lamas e alpacas.

Expansão rumo à costa

O domínio inca expandiu-se durante o reinado de Pachacuti Inca Yupanqui. Este chegou ao poder em 1438, depois de ter repelido uma tentativa de a invasão dos chanca. Posteriormente, os seus filhos conquistaram a populosa bacia do lago Titicaca, a sul, e avançaram para nordeste contra o chimus de Chan Chan, alargando o império até ao oceano Pacífico. Dominavam então uma imensa área habitada por 12 milhões de pessoas.

Os súbditos dos incas estavam sujeitos a uma disciplina rígida. Em vez de tributos era-lhes exigido trabalho e serviço militar. Os renitentes eram transferidos para outras zonas e vigiados de perto. Outros permaneciam nas suas terras, mas eram inspeccionados regularmente. Os inspectores realizavam censos usando cordas com nós chamadas quipu.

Um sistema de estradas baseado em duas vias principais, uma ao longo da costa e a outra ao longo dos Andes, facilitavam o tráfego. Cuzco tornou-se uma cidade imponente com mais de 100 mil habitantes com templos majestosos, praças e palácios.

Deuses solares

Os soberanos incas identificaram-se com o deus sol Inti e o deus criador Viracocha, e eram saudados como “filhos do sol”. Quando um monarca morria, o corpo era mumificado e enterrado com um tesouro. Os incas honravam os seus deuses e reis com ofertas de comida e bebida, bem como com sacrifícios animais ou humanos. Embora por vezes sacrificassem os chefes capturados, a maioria das vítimas eram membros da sua própria sociedade. Em 1493, Huayna Capac, neto de Pachacuti, expandiu o reino para norte até ao que hoje é a fronteira entre o Equador e a Colômbia. Morreu, talvez de varíola, na década de 1520. Depois da sua morte, a disputa pelo poder entre dois dos seus filhos, Huáscar e Atahualpa, enfraqueceu o império.

Francisco Pizarro chegou em 1532. Apesar das promessas de amizade de Pizarro, Atahualpa, o soberano inca, foi encarcerado. Pizarro propôs trocar a vida do soberano por uma imensa soma de ouro, mas depois retrocedeu na proposta e mandou matá-lo. Em 1536, os espanhóis e os seus aliados nativos já tinham conquistado Cuzco e destruído o império.

Machu Picchu

Esta cidade do século XV, construída a 2.700 metros de altitude nos Andes, fica a cerca de 100 quilómetros de Cuzco, a capital inca.

Os seus grandes edifícios e terraços de pedra são invisíveis a partir do vale em baixo. Actualmente, chega-se aqui após uma viagem de quatro horas de comboio, seguida de uma viagem de vários quilómetros ao longo de uma estrada de montanha sinuosa, ou caminhando durante seis dias ao longo do famoso Trilho Inca. Os conquistadores espanhóis que puseram fim ao Império Inca nunca desco- briram Machu Picchu. Foi o explorador americano Hiram Bingham que a deu a conhecer ao mundo em 1911. Construída na época do rei Pachacuti, pensa-se que poderá ter sido a residência desse soberano, um lugar reservado às virgens do Sol ou um centro sagrado singular.