Castelo Rodrigo era uma terra de fronteira integrada nas terras de Riba-Côa pertencentes, no século XIII, à coroa de Leão. Assim, o povoamento destas terras esteve a cargo destes monarcas para garantir a sua defesa e segurança. Neste capítulo, os cistercienses, os hospitalários e a ordem militar de São Julião do Pereiro, ajudaram a organizar o território administrativa e religiosamente. A título de exemplo, veja-se a construção, em 1170, do mosteiro cisterciense de Santa Maria de Aguiar, uma das mais emblemáticas referências monásticas da região.

A disputa desta vila entre a coroa de Leão e o reino português durou mais de 130 anos. Neste sentido, o rei de Leão criou uma linha defensiva na margem direita do rio Côa para proteger as suas posições, onde se integrava Castelo Rodrigo. A toponímia da vila, aliás, pode estar relacionada com um conde de nome Rodrigo que governou a cidade entre os séculos XI e XII.

Em 1209, Afonso IX, rei de Leão, promulgou o primeiro foral de Castelo Rodrigo.

Nos planos do monarca, estava a transformação da vila numa praça-forte do reino, capaz de impedir qualquer acção invasiva por parte dos portugueses. O seu posicionamento militar permitiu à fortificação de Castelo Rodrigo converter-se na mais importante da região de Riba-Côa. Em 1297, depois de assinado o Tratado de Alcanizes, Dom Dinis integrou este castelo, tal como todos os que se encontravam na região do Côa, na coroa portuguesa, aumentando, desta forma, o número de fortificações na linha de fronteira sob o domínio português.

Castelo Rodrigo

O palácio estava em avançado estado de degradação no início da década de 1990 e a sua consolidação foi considerada prioritária. Ilustração Anyforms Design.

Uma vez portuguesa, a povoação de Castelo Rodrigo mereceu a atenção por parte de Dom Dinis, que reformulou o seu castelo. Tendo em vista os pressupostos dos novos castelos góticos, a reabilitação passou pela reedificação da torre de menagem e pelo reforço da cerca protegida com múltiplos torreões.

A fortificação de Castelo Rodrigo foi protagonista de alguns curiosos episódios da história de Portugal, sobretudo, na crise dinástica de 1383-1385. Como é sabido, a morte de Dom Fernando abriu uma disputa pelo trono português, solucionada apenas no campo de Aljubarrota em 1385. As ligações umbilicais de Castelo Rodrigo ao outro lado da fronteira, geraram momentos de crise, principalmente, quando o alcaide do castelo, fiel a Castela, recusou receber Dom João I, como rei de Portugal, em 1396. Somente no ano seguinte o conflito seria solucionado e as portas do castelo foram finalmente abertas ao mestre de Avis.

Durante o reinado de Dom Sebastião, no século XVI, o monarca doaria o castelo a Dom Luís de Moura. O seu filho, Cristóvão de Moura, encarregou-se de realizar um conjunto de remodelações, nomeadamente com a introdução de um sumptuoso palácio.

Paralelamente, Cristóvão de Moura encontrava-se ao serviço de Filipe II de Espanha, desempenhando um papel fundamental na chegada do monarca ao trono português. Como compensação pela sua fidelidade e dedicação, Cristóvão de Moura foi elevado a conde de Castelo Rodrigo, distinção que lhe sairia cara na posteridade.

A restauração da independência, em 1640, gerou uma profunda comoção popular contra o conde. A multidão dirigiu-se ao castelo e incendiou o palácio, deixando-o em ruína tal como a podemos admirar na actualidade. Apesar dessa intervenção e revolta popular, quando Dom João IV subiu ao trono, dedicou atenção à fortaleza, principalmente com a renovação e reparação das muralhas, imprescindíveis para os tempos difíceis que se viviam entre as coroas portuguesa e espanhola, com sucessivas refregas fronteiriças e receio genuíno de uma invasão. Pelas ruas desta aldeia histórica, respira-se e vive-se história. As muralhas, as casas e as ruínas preservam uma história que merece ser vivida e contada.

Castelo Rodrigo

Castelo de Castelo Rodrigo

Construção Século XII

Classificação Monumento Nacional

Horários De 1 de Outubro a 28 de Fevereiro, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30; de 1 de Março a 30 de Setembro, das 9h30 às 13h e das 14h30 às 18h. Encerra a 24 e 25 Dezembro, 31 de Dezembro, 1 de Janeiro e domingo de Páscoa.

Preços 1 EUR.

Contactos: Tel. +351 271311 277