No âmbito de um projecto promovido pelo Município de Loures, os restos mortais sepultados numa das criptas da capela do convento, foram submetidos a exames periciais.
O investigador Luís Filipe Lopes digitalizou o crânio deste homem que morreu em idade avançada, em 1579. Depois, Nathalie Antunes-Ferreira e Filipe Franco anotaram as assimetrias, deformações, traumatismos, ausências ósseas e dentição para posterior aproximação facial. “Dar rosto a um crânio humano, do qual apenas possuíamos informação factual, traduz um determinado tempo e modo de vida, materializado numa fisionomia plausível, humanizando o objecto de estudo arqueológico”, explica Ana Raquel Silva, da CM Loures.


A aproximação facial passou por várias fases. A estrutura ósse funcionou como base à qual se acrescentaram as diferentes camadas (músculo, pele). No final o resultado é uma proposta do que teria sido o rosto de Luís de Castro do Rio.

Após a modelação tridimensional, iniciou-se a fase da caracterização do indivíduo no seu tempo. O rosto foi harmonizado para efeitos de realismo da representação e a superfície cutânea trabalhada ao nível da textura, simulando-se rugas e poros.
A coloração da pele tomou em consideração o pressuposto de que Luís de Castro do Rio seria um indivíduo activo e regularmente exposto à luz solar. Adoptou-se o castanho como cor dos olhos, por melhor representar o estereótipo  português. O cabelo, pêlos faciais e a roupa seguiram os estilos sugeridos pelas representações pictóricas de época. Este projecto reuniu especialistas de várias instituições e disciplinas.

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