Nova Iorque já passou por crises anteriores, mas o combate à pandemia da COVID-19 quase imobilizou a cidade na Primavera de 2020. Fotografias captadas de helicóptero demonstram com clareza como os nova-iorquinos permaneceram em casa na esperança de travarem a propagação da COVID-19.


 

Stephen Wilkes é fotógrafo e artista plástico. No essencial, porém, é um nova-iorquino. Nasceu na cidade e a maior parte da sua vida desenrolou-se nestas ruas e avenidas. Essa identidade aumentou a sua dor na passada Primavera, quando Nova Iorque conquistou a pouco invejável distinção de ser um ponto quente mundial e o epicentro norte-americano da pandemia da COVID-19. A “cidade que nunca dorme” adormeceu finalmente – durante semanas e, depois, durante meses.

Quando a cidade iniciou o confinamento, em finais de Março, Stephen pediu uma licença para sobrevoar o protegido centro nevrálgico do comércio e da cultura dos EUA. O seu pedido foi aprovado e o fotógrafo, juntamente com o seu amigo de longa data, o piloto Al Cerullo, embarcaram num helicóptero e voaram bem alto, acima das avenidas e das paragens do metropolitano. Do alto, vislumbraram um hospital de campanha montado no Central Park, encontraram algumas pessoas a usufruírem do sol nos telhados e avistaram residentes a passearem os cães.

Acima de tudo, porém, o que viram foi uma cidade parada: nada se movia. Ruas vazias, túneis vazios, Bryant Park sem a típica multidão que ali se reúne à hora de almoço e a ausência de trabalhadores a circular em redor do Empire State Building. “Nova Iorque é como um rio, sempre a correr, com energia e movimento”, diz Stephen. “Ver Nova Iorque vazia não faz sentido.”

A cidade recuperará, como já recuperou antes. E, quando isso acontecer, Stephen espera que volte a ser tão vibrante como sempre. Os nova-iorquinos andarão provavelmente a rebentar, de tanta energia acumulada. Mas, tal como aconteceu depois dos atentados de 11 de Setembro de 2001, também estarão a sofrer.

Enquanto sobrevoava Times Square (que todos os anos recebe mais de 50 milhões de visitantes e é o local de uma das maiores festas de Ano Novo do mundo), Stephen viu um ecrã a piscar, mostrando uma mensagem subscrita universalmente: “Obrigado a todos os que estão a lutar pelas nossas vidas.”