Culturas de todas as épocas tiveram diferentes padrões de beleza feminina e inúmeros modos de alcançá-la, desde os cosméticos tóxicos cheios de chumbo do passado às injecções de botox do presente.

No entanto, os padrões têm frequentemente os mesmos objectivos: atrair e conservar um parceiro; mostrar estatuto social, riqueza, saúde ou fertilidade; e, evidentemente, sentirmo-nos belas. 

beleza

ANTIGO EGIPTO - 3100-30 a.C.

1. COSMÉTICA DRAMÁTICA

Ambos os sexos usavam maquilhagem pesada nos olhos, tipicamente kohl, para escurecer e contornar as pálpebras, para fins religiosos e medicinais. Acreditava-se que este mineral escuro prevenia infecções oftalmológicas e afastava o mal e poderia ser complementado com pormenores verdes nas pálpebras. O uso de perucas com cabelo encaracolado ou entrançado também era popular.

 

ROMA ANTIGA - FIM DO SÉCULO I D.C.

2. PENTEADOS ALTOS

A elite de Roma usou penteados cada vez mais elaborados na fase inicial do império. Os escravos ajudavam as mulheres a encaracolar o cabelo com um calamistrum (ferro de enrolar aquecido sobre brasas quentes). Os penteados mais complicados poderiam exigir horas de trabalho a uma ornatrix (cabeleireira), recorrendo a perucas ou extensões de cabelo.

 

MAIA CLÁSSICO - 250-900 d.C.

3. MODIFICAÇÃO MAIA

O formato das cabeças dos bebés era alterado atando tábuas ao crânio para criar uma aparência alongada. Pensa-se que os maias faziam-no para imitar o deus do milho, cuja cabeça tinha a forma de maçaroca. Também alteravam os dentes, preenchendo-os e incrustando-os com pedras como jade, uma forma de assinalar a transição para a idade adulta.

 

DINASTIA TANG, CHINA - 618-907

4. IMITAÇÃO DA NATUREZA

As mulheres tang pintavam marcas vermelhas, pretas e amarelas na testa e nas bochechas, com a forma de flores, insectos e outros desenhos para esconder manchas e imperfeições. As sobrancelhas naturais eram arrancadas e pintadas com vários contornos dramáticos. Os lábios eram artisticamente desenhados para se assemelharem a pétalas de flores. 

 

EUROPA TARDO-MEDIEVAL - 1300-1500

5. SIMPLES E PIEDOSO

As sobrancelhas eram impiedosamente arrancadas, bem como a linha natural do cabelo, para criar a elegante testa alta que se popularizou na Europa medieval e do Renascimento.
A palidez era valorizada e o cabelo poderia  ser pintado com uma variedade de cores, incluindo o louro.  Um toucado poderia complementar a aparência delicada e devota.

 

MICRONÉSIA DATA DESCONHECIDA – ACTUALIDADE

6. ENCANTO DAS CURVAS

Em muitas sociedades do Pacífico, um corpo mais volumoso era frequentemente símbolo de estatuto, riqueza e saúde. Nas mulheres, o físico robusto foi durante muito tempo considerado belo, atraente para os homens e uma mais-valia em termos de procriação. Nas últimas décadas, porém, a preferência por figuras mais esguias tem vindo a crescer.

 

DINASTIA QAJAR, PÉRSIA  - 1785-1925

7. ÊNFASE NA SOBRANCELHA

As mulheres tinham ao seu dispor diversos produtos cosméticos para aperfeiçoar a aparência, sobretudo dos olhos e das sobrancelhas. O surma (kohl) definia os olhos, fazendo-os parecer maiores.
O wasma (uma pasta densa fabricada a partir de índigo) escurecia, espessava e, frequentemente, ligava as sobrancelhas para criar um efeito considerado particularmente atraente.

 

SENEGAL - INÍCIO DO SÉCULO XX

8. PENTEADOS CUIDADOS

O penteado nguuka era popular entre as mulheres casadas. Lã negra era utilizada para ajudar a formar duas grandes esferas que cobriam as orelhas, ligadas por um pedaço de tecido esticado sobre o topo da cabeça.
Pendentes de ouro ou de outros materiais eram frequentemente usados como decoração deste penteado requintado.

 

MONICA SERRANO; AMANDA HOBBS. 

ARTE DE JANICE SUNG.

FONTES (ARTE): 2) “BUSTO FONSECA”, MUSEUS CAPITOLINOS, ROMA; 4) “DANÇARINA”, MUSEU DA REGIÃO AUTÓNOMA DE XINJIANG UIGUR; 5) “PORTRAIT OF A LADY”, ROGIER VAN DER WEYDEN, GALERIA NACIONAL DE ARTE, WASHINGTON, DC; 7) “LADIES AROUND A SAMOVAR,” ISMA’IL JALAYIR, MUSEU VICTORIA E ALBERT, LONDRES; 8) “PORTRAIT OF A WOMAN”, MUSEU METROPOLITANO DE ARTE, NOVA IORQUE