James Nachtwey ingressou na marinha mercante a seguir à faculdade e, depois, aprendeu fotografia como autodidacta. Numa carreira de mais de trinta anos, já viajou até aos lugares mais violentos do planeta, documentando conflitos bélicos.

Este trabalho é perigoso e tem um preço.

Podemos fazer tudo bem e, mesmo assim, ser apanhados. Por várias vezes, pessoas que estavam ao meu lado foram baleadas, por vezes mortas, mas nunca fui atingido. Para além dos perigos físicos, já testemunhei muitas tragédias.
É um fardo que tenho de carregar.

Foi ferido num ataque com granadas no Iraque. E, no entanto, voltou lá.

Já tinha recuperado o que era possível. Achei que os nossos compatriotas deveriam reconhecer e honrar o sacrifício dos nossos soldados, bem como compreender o custo real da guerra e fazer perguntas válidas sobre isso.

Continua a andar com o seu talismã: a sua fotografia com Nelson Mandela?

Sempre. Ele é o meu herói, de todas as formas imagináveis. Coragem, força, sabedoria. Ele é o melhor que a humanidade tem para oferecer.

Essa imagem é sobre paz.

E perdão. Sem perdão, não haveria paz.

É conhecido pelas suas reportagens de guerra. Mas também se interessa por outros assuntos.

Interesso-me por problemas sociais onde existem injustiças que podem ser corrigidas, mas que não são vistas no radar público. Interesso-me por questões de saúde, sobretudo no mundo em desenvolvimento, que podem ser mais devastadoras do que as guerras.

Que conhecimentos adquiriu em trinta anos como repórter de guerra?

As decisões devem ser tomadas com base nos nossos valores mais nobres e não nos piores. Aprendi o valor da tolerância e do respeito. E da coragem. Alguns inimigos têm de ser enfrentados.

Considera a fotografia de guerra uma forma de exploração?

Interpreto a história em tempo real. Por isso é uma exploração do desconhecido.
Lido com terrenos perigosos. Absorvo constantemente informação sensorial e tomo decisões rápidas e, por vezes, de vida ou morte.

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