Com quase 30% de cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos, a população do Japão é a mais velha da Terra a seguir ao minúsculo Mónaco. A sua média etária de 48,7 anos ultrapassa de longe a média etária mundial, cifrada em 30,2 anos.
Em Iwase, um pacato bairro portuário na orla da baía de Toyama visitado durante esta reportagem, os jovens partiram e os que ainda aqui vivem vão-se tornando mais velhos. Esta dinâmica é visível em todo o país, à medida que a taxa de natalidade prossegue o declínio registado há várias décadas. Em 2010, a população do país atingiu o seu máximo: 128 milhões de habitantes. Agora, tem menos de 125 milhões e prevê-se que o número continue a diminuir ao longo das próximas quatro décadas. Em simultâneo, a esperança de vida dos japoneses tem aumentado: 87,6 anos para as mulheres e 81,5 anos para os homens, em média. À excepção do minúsculo principado do Mónaco, a população do Japão é actualmente a mais velha do mundo.
Estes números, embora sombrios, não transmitem a profundidade das repercussões de uma mudança demográfica no quotidiano. A mistura desproporcionada de cada vez mais idosos e cada vez menos jovens altera todos os aspectos da vida, da aparência física dos cidadãos às políticas sociais públicas, da estratégia empresarial ao mercado de trabalho, do espaço público às casas privadas. O Japão transforma-se num país projectado para os velhos e dominado por eles. O caminho percorrido pelo Japão prenuncia o que acontecerá em muitos países. Bem-vindos ao advento de "uma nova velhice" made in Japan.