Parece inverosímil, mas na transição do século XX para o século XXI ainda se realizaram descobertas notáveis. Em 1997, num terreno privado de Arronches, foi descoberta uma laje provavelmente dos séculos II ou I a.C. em língua lusitana. O arqueólogo Jorge de Oliveira e o epigrafista José de Encarnação publicaram o achado e garantiram a salvaguarda do mesmo, que se destinava à ornamentação de uma casa privada.

Conhecem-se poucas inscrições em língua lusitana. O latim, trazido pelos romanos, rapidamente se consolidou. Conhecem-se poucos exemplares em lusitano, todos já gravados em caracteres latinos. Antes, já se conhecia a bonita pedra de Lamas de Moledo, um bloco granítico de contornos arredondados sobre o qual se encontra uma legenda epigráfica bilingue (em latim e em lusitano), em que parece ser dito que uma entidade (os Veaminicori) teria oferecido sacrifícios animais a diversas divindades locais, entre elas Crougia Macareaicus e Iovea Caielobrigus.

laje romana

O bloco de Lamas de Moledo. Classificado como Imóvel de Interesse Público, o bloco já era conhecido há largas décadas, mas só agora se encontra resguardado das inclemências do clima. Fotografia de João Pedro Pinto/Eon, Indústrias Criativas.