Os avisos sobre saúde pública evoluíram desde então. Numa exposição recente, as designers Lucienne Roberts e Rebecca Wright debatem o modo como são comunicadas mensagens de saúde pública. No século XIX, o enfoque residia nos comportamentos e na informação sobre saúde e doenças. A tuberculose inspirou a primeira grande campanha de educação dos Estados Unidos, com um cartaz desencorajando “cuspir, tossir, espirrar”. O número de mortes reduziu-se de forma constante entre 1900 e 1940.

As duas guerras mundiais desencadearam campanhas de combate a doenças sexualmente transmissíveis. Na Grande Guerra, os cartazes alertavam os soldados contra a promiscuidade, mas evitavam o uso de palavras como “sífilis” e “gonorreia”. Na Segunda Guerra Mundial, a linguagem era mais explícita: “Não vencerás o Eixo se contraíres VD [doenças venéreas]”, alertava um cartaz. A partir da década de 1980, os cartazes corrigiram informações erradas sobre VIH/Sida e recomendavam o uso do preservativo.


Lucienne Roberts acredita que a ligação entre o design e a saúde pública vai mais longe do que as campanhas publicitárias. Alguns hospitais do Reino Unido renovaram os sinais das salas de urgência, de forma a informar melhor os utentes sobre os tempos de espera e triagem. Isto ajudou a reduzir em cerca de 50% as “explosões” de impaciência registadas nestes espaços.

A influência do design gráfico na saúde pública pode ser duradoura. Em tempos, uma cruz vermelha servia de aviso para surtos de peste. Actualmente, o símbolo tem uma carga simbólica diferente e é um dos ícones mais reconhecíveis do mundo.