Os clãs mongóis partilhavam as estepes com as tribos turcas a oeste e tártaras a leste. Estes povos de idioma altai organizavam-se em grupos que lutavam entre a  si e eram governados por chefes ou khans. Cerca de 1162, um jovem líder chamado Temujin reuniu grupos rivais sob o seu comando e construiu um exército. 

Conquistador e legislador

Temujin conquistou as estepes da Mongólia em 1206 e uma assembleia de khans proclamou-o Genghis Khan, ou Soberano Universal. Ao estabelecer a promoção dos soldados por mérito e a ao obrigar os guerreiros a prestar-lhe contas e não a aos líderes do clãs, pôs fim ao poder de divisão dos grupos tribais. O exército (com 125 mil mongóis na sua fase de maior poder) estava dividido em unidades de dez mil, mil e cem homens. Genghis também moldou a sociedade mongol com o seu Grande Yassa, um código legal que prescrevia o comportamento adequado, mostrava respeito pela erudição e promovia a tolerância religiosa.

À conquista da China

Depois de terem unificado as suas forças, os mongóis viraram-se para os seus vizinhos prósperos e atravessaram a Grande Muralha da China.

Empurrando à sua frente os refugiados, os mongóis usavam os cativos como escudos humanos enquanto cercavam cidades. Depois capturavam os valiosos artesãos e especialistas que iriam trabalhar para eles. Com os engenheiros chineses, por exemplo, aprenderam a construir armas de cerco. Em 1218, realizaram uma terrível campanha de terra queimada na Pérsia e avançaram implacavelmente até à Arménia, à Ucrânia e à Crimeia. Conquistaram os tangute do Tibete.

Em 1227, quando Genghis Khan morreu, o reino foi dividido entre quatro herdeiros que criaram canatos na Ásia Central, na Pérsia, na Rússia e na China. O principal foi o de Ogodei, cujos exércitos tomaram Moscovo e Kiev. Quando o caminho parecia livre rumo a Viena, Ogodei morreu.

Kublai, o maior soberano mongol

Em 1271, o sucessor de Ogodei, Kublai, autoproclamou-se imperador da China, e com ele nasceu a dinastia Yuan. Construiu um luxuoso palácio na capital, Cambalique, junto do rio Amarelo, cidade que mais tarde se converteria em Pequim. No entanto, Kublai enfrentou muitas dificuldades para administrar os vastos domínios agrícolas, tão diferentes da experiência nómada dos mongóis, e não conseguiu expandir o seu império. Em 1368, 74 anos após a morte de Kublai, os rebeldes chineses conquistaram a capital dos mongóis e estes regressaram às estepes.

No auge do seu poder, o império mongol controlava 31 milhões de quilómetros quadrados. Embora os mongóis não tivessem capacidade para governar as terras conquistadas, a existência do seu colossal império favoreceu o contacto entre as culturas oriental e ocidental: pelas suas imensas rotas comerciais difundiram-se, de leste a oeste, religiões, alimentos, tecnologias, medicamentos...

Talvez o legado mais duradouro destes conquistadores seja genético. Há uma ligação genética directa entre Genghis Khan e cerca de 8% das pessoas que vivem no que já foi o Império Mongol, o que significa que cerca de 0,5% da população mundial poderá ser descendente de Genghis Khan.

O túmulo de Genghis Khan

Em vida, foi um conquistador que fez o mundo tremer. Na morte, é um mistério. Genghis Kan morreu em 1227, mas o seu túmulo ainda não foi descoberto. A maioria dos investigadores acredita que o corpo foi devolvido às terras ancestrais. Os seus homens mantiveram a localização em segredo, supostamente destruindo os trilhos do enterro com os cascos dos cavalos. Séculos depois, os ocupantes russos proibiram o acesso à área. Em 2008, Albert Yu-Min Lin, investigador da Universidade da Califórnia, recomeçou a busca. Trabalhando com mapas de satélite, investigou formas geométricas invulgares e outras pistas na paisagem para encontrar o túmulo sem revolver um solo ainda sagrado para os mongóis.