O Cromeleque dos Almendres, no concelho de Évora, entrou para o imaginário nacional como a construção megalítica mais representativa em solo nacional. Apesar de não serem tão imponentes, as edificações megalíticas da serra da Aboboreira merecem destaque na reconstituição da Pré-História em território português. É o único conjunto megalítico no distrito do Porto e pode ser folheado como o grande livro de pedra da Pré-História, particularmente do Neolítico, fértil em rituais de sepultamento.

O conjunto é constituído por pedras de maior e menor dimensão cravadas na terra de modo vertical e cobertas por rochas na posição horizontal, de modo a servirem de “tecto”. Acredita-se que as pedras terão sido escolhidas e talhadas no próprio local, uma vez que a serra da Aboboreira está repleta de afloramentos graníticos. O homem do Neolítico adornava os monumentos funerários, cobrindo-os com frequência com terra e seixos. O circuito megalítico propõe um roteiro por dólmenes, abertos ou fechados que correspondem aos sítios arqueológicos Outeiro de Gregos 2 e 3; um dólmen de menores dimensões em Meninas do Crasto 3; o dólmen de Outeiro de Ante 1 que se destaca na paisagem por estar situado numa elevação do terreno; e o emblemático dólmen de Chão de Parada, o mais imponente de todos e que contempla gravuras e um corredor de acesso.

Serra da Aboboreira

Todo este conjunto começou a ser desvendado em 1978 pela equipa de Vítor Oliveira Jorge e as campanhas arqueológicas que decorreram ao longo dos anos permitiram descobrir um pouco mais dos rituais de sepultamento ocorridos entre o quinto e o quarto milénios antes de Cristo. Estão acompanhados por um vasto conjunto de artefactos da época, como objectos líticos, micrólitos geométricos, lâminas e lamelas, machados e enxós de pedra polida, elementos de moinhos manuais e contas de colar em xisto. Todo este espólio pode ser visitado no Núcleo de Arqueologia do Museu Municipal de Baião.

Serra da Aboboreira mapa