O actor espanhol Antonio Banderas interpreta o papel de Pablo Picasso na nova série produzida pela National Geographic e fala-nos da sua experiência.

O que aprendeu com a personagem Picasso que está na raiz deste projecto?

Li praticamente tudo o que se escreveu sobre ele e aprendi muito, mas não é fácil resumir. Além disso, o mesmo evento é contado de modo diferente dependendo de quem o relata. Picasso era um planeta e, na sua órbita, giravam e giram muitos satélites dos quais é difícil fugir porque a influência é enorme. Como pintor, era sem dúvida um génio. Percorreu todos os estilos pictóricos sem nunca perder a sua personalidade. Picasso era uma criança que não queria crescer. Não queria renunciar a determinadas coisas, queria tudo.
E isso não é possível… Em contrapartida, seguramente que, ao longo da sua vida, fez sempre o que quis.

Picasso foi uma figura polémica ao longo da vida. Que traço da sua personalidade era mais atractivo e qual seria menos interessante?

Como disse antes, Picasso fez sempre o que queria e isso gera controvérsia. O projecto da National Geographic centrou-se na narrativa factual, é um biopic. Será o público a julgá-lo. Eu não o faço. Na série “Genius”, relatamos o que aconteceu, mas sem julgamentos ou carga moral. Picasso alcança a fama muito cedo e as mulheres estão muito presentes ao longo da sua vida. Por vezes, isso trouxe-lhe problemas e fez sofrer muitas pessoas que lhe eram próximas.

 Quais foram as principais dificuldades durante a rodagem?

Fisicamente, foi muito duro. Iam buscar-me às duas horas da madrugada para começar o processo da maquilhagem que durava cinco horas. Depois, tinha de interpretar o papel usando todos os moldes e próteses de silicone que me tinham colocado. E passámos muito frio. Apesar de tudo, dar vida ao mestre Picasso foi maravilhoso. Gostei muito deste trabalho e estou feliz por ter participado no projecto.

Genius Picasso, é emitidotodas as quintas-feiras, às 22h10, no National Geographic.